AS
ORIGENS DA ORDEM DA ARTE REAL
Marcus
Vinicius de Almeida Anzolin
ANZOLIN,
Marcus Vinicius de Almeida. As
Origens da Ordem da Arte Real.
2016. 25 fls. Trabalho de Pesquisa Bilbliográfica Apresentado ao
ERAC 2016 – Loja Acácia do Sudoeste, nº 2278, Pato Branco, 2015.
RESUMO
A
história da maçonaria é dividida em duas fases: a operativa e a
especulativa. A primeira decorre da profissão de construtor, época
em que era composta exclusivamente por profissionais ligados à arte
de construir. O exato início da maçonaria operativa é incerto,
dada a ausência de registros históricos, porém, se pode afirmar
com precisão quando se organizou enquanto instituição – mais
precisamente, enquanto corporação de ofício – com base na data
do documento histórico mais antigo que se detém. Com o advento do
período renascentista, o estilo gótico entrou em decadência e, com
ele, também a maçonaria operativa. Abriu-se, então, cenário para
o surgimento da maçonaria especulativa, simbólica, formada não
apenas por construtores, mas por maçons aceitos, que exerciam outras
profissões e eram ligados a diversos outros ramos da sociedade. A
maçonaria especulativa, na Inglaterra, se unificou com a criação
da Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1717, de lá, espalhando-se
para o mundo.
PALAVRAS-CHAVE:
origens
históricas; maçonaria operativa; maçonaria especulativa; maçons;
pedreiros; construtores.
INTRODUÇÃO
Não
é tarefa simples perquirir as origens históricas da ordem da arte
real. Seja por ausência de documentos históricos confiáveis e
fidedignos, seja pelas divergências encontradas nas obras dos muitos
autores que se propõem a esmiuçar o tema. Buscar as origens da
maçonaria passa a ser uma atividade que exige considerável
dedicação, perspicácia e predisposição de investigação crítica
de fatos históricos.
É
fato, porém, que o estudo das origens históricas da maçonaria
demanda a divisão em dos períodos distintos: a maçonaria operativa
e a maçonaria especulativa.
No
período operativo – de início, a princípio, incerto, mas que
perdurou até o renascentismo – é que estão as grandes
divergências a respeito do exato surgimento da maçonaria. Essas
dissenções decorrem do reduzido número de confiáveis documentos
em que constem as atividades dos pedreiros, ligados às corporações
de ofícios e à forma e modo como estas se organizavam.
A
ausência de registros históricos a respeito do tema se dá parte em
razão da escrita não ser difundida em tempos pretéritos (sendo
quase que monopólio do clero e de poucos governantes) e parte em
razão de tudo ser transmitido entre os franco-maçons de forma
exclusivamente oral. Ademais, durante a idade média, todo
conhecimento que não estivesse ligado aos dogmas católicos (cuja
fiscal era a “Santa Igreja”), tendia a ser rapidamente extirpado.
Mas,
apesar da incerteza histórica, há boa e considerável dose de
cientificidade nas obras de alguns autores que buscam atribuir à
maçonaria operativa eventos cuja ocorrência é historicamente
comprovada. São esses episódios que são tomados como o nascimento
oficial da maçonaria operativa – o que, entretanto, não quer
dizer que fora, efetivamente, naquela data que a ordem da arte real
nasceu, não se podendo negar que muitas de suas práticas já vinham
sendo adotadas, sem registro documental, anteriormente.
Já
a fase especulativa possui origem (geográfica e temporal) certa e
comprovada – e, para a maioria dos autores, aliada ao advento do
renascentismo, marca o fim definitivo da maçonaria operativa.
É
a partir do período moderno especulativo que se marca
definitivamente a maçonaria como sociedade civil organizada, muito
além das antigas corporações de ofício (que, em seus primórdios,
eram voltadas quase que exclusivamente a finalidades profissionais).
A
fase especulativa foi embalada pelo entusiasmo que marcou a criação
de diversos clubes e associações inglesas. Mas deles a maçonaria
tinha essencial distinção, tanto na forma centralizada de
organização quanto na união de seus membros – que, muito
provavelmente, tenham sido as causas de sua rápida proliferação.
Não
se pode negar que a maçonaria especulativa tenha surgido vinculada a
acepções políticas. Mas também não se pode negar que o berço de
surgimento da maçonaria organizada (a Inglaterra) passava por grave
comoção interna pela busca do trono local.
O
presente trabalho, nesse contexto, busca, por meio do método de
pesquisa dedutivo, investigar obras que abordam as origens da
maçonaria e, com base no que há de seguro e cientificamente
comprovado historicamente, traçar os importantes marcos percorridos
pela ordem da arte real, até que tenha assumido seu formato
especulativo atual, congregando irmãos dos mais longínquos rincões,
em egrégora e em glória ao criador, com a intenção de
aperfeiçoamento do ser humano.
1.
A MAÇONARIA OPERATIVA
Por
maçonaria operativa, entende-se a primeira fase da instituição,
composta por profissionais ligados à arte de construir, no período
medieval; era a associação dos cortadores de pedra verdadeiros, que
exerciam o ofício de edificar.
Há
quem divida a história da ordem maçônica em três períodos
distintos: maçonaria primitiva; maçonaria operativa e maçonaria
especulativa.
O período primitivo, passaria por Noé, Nemrod, ingressando nos
antigos mistérios e contemplando conteúdos filosóficos milenares.
Mas
a divisão das fases da maçonaria desponta mais adequada se
realizada de forma bipartite – considerando apenas as fases
operativa e especulativa – em contraponto à forma tripartite, que
é realizada por alguns (poucos) autores. Isso porque, consoante
aponta Assis Carvalho, no suposto período da maçonaria primitiva, a
maçonaria, em verdade, sequer existiu:
Não,
meu irmão. Nunca houve Maçonaria de Mistérios. Houve, sim,
Religiões de mistérios, mas a Maçonaria, nunca, em tempo algum,
foi Religião.
Os
Antigos Mistérios existiram. Não, talvez, com a riqueza de detalhes
com que é hoje contado. Pois não existe nenhum Documento escrito
sobre os mesmos. Durante o decorrer de muitos séculos ele só teve
tradição oral. E nós sabemos que a Tradição Oral, nunca foi
muito confiável.
(sic)
A
arte da construção, é bem verdade, remonta ao tempo em que o homem
deixou de ser nômade e passou a formar uma sociedade estratificada.
Embora esses profissionais tenham, desde os primórdios (Mesopotâmia,
Egito e diversos outros povos da antiguidade), guardado entre si
camaradagem e agregação, não havia organização institucional que
os congregasse e disciplinasse a sua atividade.
Não
se pode cogitar – lucidamente – ser esse período a origem da
maçonaria.
Não
existem fatos históricos indicando a existência de organizações –
ainda que operativas – atuando com perenidade, através dos tempos.
As organizações de construtores eram dissolvidas ao final da obra e
a finalidade era, basicamente, prática: a conclusão do projeto
arquitetônico. A mera existência de pedreiros, unidos em torno de
um objetivo comum (o exercício de sua profissão), ainda que de
maneira hierarquizada, não constituiu qualquer aspecto embrionário
da maçonaria.
Na
história universal, as primeiras organizações de construtores de
que se tem registros remontam à Roma. São as chamadas “collegia
fabrorum”,
criadas pelo segundo rei, Numa Pompílio, por volta de 700 a.C.
Os
artesãos foram organizados em corporações, das quais os pedreiros
(que laboravam com pedras) eram os líderes. Cada corporação –
collegia
– foi subordinada a uma legião de soldados romanos e os
acompanhava em campanha para, após a batalha, estabelecida a colônia
romana, instruir os povos colonizados na arte de construir e
auxiliá-los na reconstrução daquilo que o exército romano havia
reduzido às ruínas.
Alguns
estudiosos da história da maçonaria atribuem às “collegia
fabrorum”
a gênese da maçonaria. Essa ideia, contudo, é criticada por outros
autores (quer parecer, com total razão). Abaixo, transcrevem-se os
principais argumentos para refutar a origem romana da ordem da arte
real:
Costuma-se
citar Numa Pompílio como sendo o criador dessa corporação de
construtores, o que constitui uma das múltiplas alegadas origens da
maçonaria, segundo alguns autores. Esses autores parecem ignorar a
devastação promovida pelas invasões saxônicas, com a destruição
geral das construções romanas e o extermínio de grande parte da
população com a consequente erradicação da arte de construir.
Como testemunho deste fato, nos cerca de 200 anos que se seguiram, as
construções eram executadas em madeira e palha (até cerca do ano
700).
Antigas
tradições relatam também o destino dos membros remanescentes do
antigo collégium
fabrorum,
que após a queda de Roma procurara refúgio numa ilha situada no
lago de Cuomo, no norte da Itália. Dali teriam levado sua arte para
outras partes da Europa, tornando-se conhecidos como mestres
comacinos. Esses mestres foram arquitetos de renome em sua época mas
nada indica que tenham qualquer ligação direta com a franco
maçonaria.
Na
verdade, entre todas essas Organizações de Artesãos do Passado,
existe alguma semelhança com o que se passa ou se passava na
Maçonaria. Isso, porém, não comprova nada. Prova somente que a
necessidade inventa o inventor. Em quase todos os quadrantes do
Mundo, quando os meios de Comunicação ainda estavam por ser
inventados, muitos inventos idênticos ou parecidos, foram inventados
em longínquas regiões do mundo sem que uma soubesse da existência
da outra.
A
queda do império romano do ocidente, no Século V, marcou o início
da idade média e foi nesse período da história (bastante trágico
para a humanidade, por sinal) que se pode afirmar com segurança que
surgiu a maçonaria operativa.
O
primeiro marco histórico da idade média que possui relevância para
este estudo – embora não possa ser considerado, ainda, como a
verdadeira origem da maçonaria operativa, dadas as circunstâncias
da sociedade que lhe era contemporânea –, foi o ano de 926.
Em
York, o príncipe Edwin
convocou a Convenção de York – considerada a primeira reunião
organizada de operários construtores. O objetivo da assembleia era
discutir meios de reparação dos prejuízos que as associações
haviam tido com as sucessivas guerras e invasões. Foi nessa reunião,
que se apresentou para apreciação e aprovação um estatuto que
passaria a ser a lei suprema da confraria, a denominada “Carta de
York”.
Mas
a história impede que se reconheça a Convenção de York como o
fato que originou a maçonaria operativa. Isso porque, por volta dos
anos 900, as guildas de pedreiros ainda estavam engatinhando, pois,
naquele estágio de evolução, boa parte das construções eram
feitas de madeira. Por isso, as primitivas organizações – as
guildas – eram compostas de homens que praticavam as profissões de
carpinteiro e marceneiro (e raramente a de pedreiro).
O
estilo gótico – cuja cronologia remonta ao século XII
– ainda
não existia e as grandes catedrais não haviam sido construídas.
Exemplificativamente, a Catedral de Estrasburgo, comenta Assis
Carvalho,
ainda era de madeira em 926 e foi somente após um incêndio que se
decidiu reconstruí-la em pedra.
Foi,
entretanto, entre os anos 1100 e 1300 – diante da crescente
expansão do cristianismo e da incorporação de nobres, reis e seus
respectivos patrimônios à religião católica – que as igrejas
(até então, feitas de madeira e frágeis às intempéries
climáticas) passaram a ser construídas em pedra.
Foi por volta desse período, que surgiu, na Europa Medieval, o
estilo gótico de arquitetura.
Foi, também, nessa época, que, em razão do crescente número de
saqueadores e bandoleiros famintos que se espalhavam pela Europa,
enquanto os bons guerreiros saiam em cruzada à Terra Santa, passou a
se tornar necessário que se erguessem muralhas em torno dos burgos,
para proteger os proprietários e os servos.
A
quantidade de trabalho para os construtores, naquela época, sobejava
na mesma proporção em que sobejava a riqueza da Igreja. Mas era
preciso se especializar na arte de construir e organizar-se em torno
dessa profissão. Foram surgindo, como fenômeno sem registro
histórico específico, as confrarias dos pedreiros medievais, que
formavam clubes iniciáticos, de estudo, aprendizado e instrução
nas artes da geometria e da arquitetura.
Stavish,
citado na obra de Rodrigues,
chega a mencionar que esses pedreiros dominavam, além da geometria e
a arquitetura, o conhecimento esotérico. O autor, inclusive
menciona, que os construtores acreditavam que podiam glorificar a
Deus, por meio da representação do macrocósmico em números e
medidas que caracterizariam a geometria sagrada (utilizando o Pi
e o “número de ouro”, estudado por Fibonacci). O arquiteto
Vitrúvio foi, talvez, um dos maiores expoentes da utilização da
geometria sagrada.
Ainda
segundo Rodrigues,
desta feita citando Arola, a falta de documentação a respeito do
que se praticava nas corporações de ofício seria evidência de que
esses maçons operativos guardavam segredos sobre o ofício que
praticavam. Mesmo as instruções aos aprendizes eram passadas por
via oral.
Mas
o mesmo autor ainda cita que não seria possível afirmar com rigor
científico que os maçons medievais possuíam conhecimento
exotérico. No entanto, sustenta que, ao visitar uma dessas catedrais
góticas, é forçado a admitir que seus construtores estavam
imbuídos de forte espiritualidade, sobretudo pelas precisões
matemáticas exatas verificadas e proporções perfeitas que
equilibram o edifício.
Nessas
corporações operativas – também chamadas de guildas, a quem se
atribui o surgimento da maçonaria operativa
– reuniam-se os profissionais para exercer o seu ofício, já que
ele só poderia ser exercido sob os auspícios da corporação.
Foi
no âmbito das guildas que surgiu o termo “loja” – que era o
prédio rústico, edificado nos canteiros de obras, utilizado para
tratar de determinada construção, abrigar os trabalhadores e onde
eram guardados seus utensílios. Isto é, a loja era o local de
exclusivo trabalho dos maçons medievais. Para recepção de
visitantes e discussão de outros assuntos, era comum a utilização
de tabernas.
As
corporações regulamentavam a qualidade do trabalho, estipulavam
taxas e salários e até prestavam assistência social a seus
filiados. Os objetivos principais eram a proteção mútua e a
manutenção de direitos adquiridos.
A
admissão de novos membros era realizada com formalidades
ritualísticas próprias de cada ofício, com ritos de traços
nitidamente religiosos e juramento de não revelar o que lhe fosse
confiado, pois se mantinham em segredo os deveres da corporação, as
técnicas do ofício e as instruções (mesmo aquelas referentes à
geometria) eram transmitidas oralmente.
As
guildas eram dotadas de hierarquia e o ingresso se dava na condição
de aprendiz. Com o tempo e com o aperfeiçoamento das técnicas
construtivas, havia a ascensão à condição de companheiro. No topo
da hierarquia, estava o mestre.
A
maçonaria operativa, nesse contexto, não é um dado, um fato
específico, é um construído, pois foi se desenvolvendo
paulatinamente no cotidiano dos profissionais ligados à arte de
construir.
Há,
porém, uma data específica em que a existência dessas corporações
de ofício, formadas por trabalhadores especializados em trabalhar na
pedra franca, foi documentalmente formalizada: dois de fevereiro de
1356.
Essa sim, é a data em que se pode, histórica e formalmente
considerar formada a maçonaria operativa. Assis Carvalho
menciona que, à míngua de documentos mais antigos, nessa data, foi
constituída a certidão de nascimento da primeira fase da maçonaria.
O
acontecimento que marcou o dia dois de fevereiro de 1356 foi a ida de
doze franco-maçons, liderados por Henry Yevele, oriundos da guilda
da construção da Guildhall
(que,
posteriormente, foi a sede administrativa do Município de Londres e,
atualmente, é o palácio cerimonial da cidade),
à prefeitura de Londres, levando um esboço do estatuto dos
trabalhadores de pedra.
A
proposta foi apresentada ao alcaide de Londres e aos edis, contendo
previsão de obediência às autoridades locais, fidelidade ao rei e
à religião católica, delimitação de disputas e a solicitação
de realização de reuniões fechadas, sem a presença de quem não
fosse ligado à instituição. O estatuto foi aprovado e a sociedade
“The
Fellowship of Masons”
formada. Até hoje, referido documento se encontra arquivado na
Biblioteca da Prefeitura de Londres.
Assis
Carvalho,
parafraseando G. H. T. French, comenta a respeito desse regulamento
da instituição de pedreiros:
O
Primeiro Código ou Regulamento dos Maçons da Inglaterra, é datado
de 2 de fevereiro de 1356, quando, como resultado da disputa entre
Carvoeiros e Maçons, Pintores, Doze Mestres de uma Obra,
representando aquele ramo da Arte de Construir, foram até ao
Prefeito e Edis de Londres, na sede da Prefeitura e eles obtiveram
uma Autorização Oficial, para que fizessem um Código e Regulamento
Interno, para a Instalação de uma Sociedade e, acabar, de vez, com
a disputa e, também, para que de uma forma geral, ajudasse nos
Trabalhos. O Preâmbulo do Código, confirma que aqueles homens,
foram lá, realmente juntos; porque o seu Ofício, até então, não
havia sido regulamentado, de nenhuma forma pelo Governo do Povo, como
já acontecia com outras Profissões. (sic)
A
“The
Fellowship of Masons”
permaneceu, por 20 anos, como a única organização formalmente
constituída de Londres de que se tem história, até que, em 1376,
foi fundada a Companhia dos Maçons de Londres.
Cabe
destacar que, segundo Castellani,
a Fellowship
of Masons,
teria sido fundada em 1220. A aparente contradição entre o ano
(1356) apontado por Paulo Roberto Brandão Rodrigues e por Assis
Carvalho é elucidada pela obra estrangeira de Robert
Freke Gould
que, parafraseando Mr. Edward Conder, aponta que 1220 seria o ano em
que a Fellowship
of Masons
foi fundada, enquanto corporação de ofício, e que, em 1356, foi
quando houve o registro de seu regulamento, perante as autoridades
municipais de Londres. Mas, mesmo para Robert Freke Gould, não deixa
de ser o estatuto da Fellowship
of Masons
o documento mais antigo relacionado à maçonaria operativa de que se
tem notícia. Não se tem conhecimento de nenhum documento escrito
que comprove que fora, efetivamente, em 1220 que surgiu a Fellowship
of Masons.
Tal
só confirma o que se mencionou alhures: que a maçonaria operativa
não é um dado, um fato específico, mas um construído que evoluiu
com o passar dos tempos. Não significa que as práticas das guildas
e corporações de ofício dos franco-maçons só tenham surgido a
partir da formalização do estatuto da Fellowship
of Masons.
No entanto, reitera-se: historicamente, é o documento de 1356 que
retrata o nascimento da maçonaria operativa enquanto instituição.
O
regulamento da Fellowship
of Masons
não teve relevância somente como marco histórico. A partir dele,
os franco-maçons passaram a trabalhar segundo as suas regras. Com o
passar do tempo, a elas muitas outras regras foram sendo gradualmente
acrescidas. Algumas normas iam além da simples regulamentação do
exercício da profissão de pedreiro: desde indicações de regras de
conduta em sociedade até formas de se portar à mesa.
Esse
conjunto de determinações que orientavam e disciplinavam a vida e
profissão de maçom livre passou a ser conhecido como as “Old
Charges”,
ou, ainda, como as constituições góticas.
Foram elas que, já na fase especulativa (no ano de 1723), foram
compiladas
e serviram como base para a elaboração do Livro das Constituições,
do Pastor da Igreja Presbiteriana, James Anderson.
Os
maçons operativos obtiveram tamanho prestígio e relevância na
sociedade que conquistaram a liberdade de ir e vir pela Europa
(direito que, atualmente – dada à sua natureza de direito
fundamental e cláusula pétrea no ordenamento jurídico brasileiro –
parece absolutamente trivial, mas que, nos tempos da idade média,
praticamente inexistia aos cidadãos comuns), a isenção de
pagamento de taxas e impostos e até voz ativa na administração de
algumas cidades.
Não
se pode negar que, embora os maçons operativos tivessem obtido, em
razão de sua profissão, benefícios não extensíveis às demais
pessoas de sua época, sua existência não fora inteiramente
pacífica. Vivia-se na época talvez mais obscura da humanidade. O
clero, sob o pretexto de glorificar o nome de Deus, cometia as mais
absurdas barbáries. O conhecimento era restrito e o acesso a ele
ficava subordinado quase que inteiramente às regras emanadas da
Igreja e do Estado, que buscavam, a todo custo, ter todos os setores
da sociedade sobre seu integral controle.
Com
a maçonaria operativa não foi diferente. Em 1539, na França,
Francisco I revogou os privilégios concedidos aos franco-maçons,
abolindo as guildas e demais fraternidades. Em contrapartida, em
1548, na Inglaterra, foi concedido aos construtores o livre exercício
de sua profissão – ato que, um ano depois, foi revogado,
reduzindo-os à condição de trabalhadores ordinários. Em 1558, a
Rainha Isabel renovou uma ordenação de 1425 que tolhia o direito de
reunião, equiparando as reuniões ilegais à rebelião. Uma
convenção de maçons em York, em 1561, durante a festividade de São
João Evangelista, teve sua ilegalidade declarada por Isabel e a
prisão de todos os participantes foi decretada. Em 1562, o lorde
Thomas Sackville, adepto da arte de construir, conseguiu demover a
rainha de seu intento, conduzindo à revogação da ordenação de
1425.
Não
fora, entretanto, o desapreço estatal e religioso o principal
responsável pelo fim da maçonaria operativa. Apesar dessas
perseguições e proibições, a maçonaria operativa continuou a
existir, na mesma medida em que as construções também continuavam.
O
período histórico responsável pelo fim da maçonaria operativa foi
o renascentismo.
O
renascentismo – ou a renascença – foi o período da história
ocorrido aproximadamente entre o fim do século XIV e o fim do século
XVII. Esse período foi marcado por muitas transformações na
humanidade, ocorrendo a ruptura das estruturas da sociedade medieval,
o fim do feudalismo e o início do capitalismo.
No
campo das artes, o renascentismo foi marcado pelo resgate dos valores
da antiguidade clássica (especialmente a greco-romana)
e o pensamento humanista (em contraponto ao antigo pensamento
teocêntrico), com ênfase no mundo natural. Na arquitetura, surgiram
novos métodos e estilos arquitetônicos, o que fez com que o estilo
gótico e a estrutura ogival das abóbadas das grandes catedrais
fosse paulatinamente sucumbindo.
Também gradualmente foram prostrando-se as guildas de pedreiros, na
Europa continental.
A
maçonaria enfrentava um grande dilema: ou desaparecia da história
da humanidade ou se adaptava à sua então contemporânea realidade.
Com
a drástica diminuição do volume de serviço dos pedreiros, nas
Ilhas Britânicas, verificou-se importante fenômeno que prenunciava
a transição da fase operativa para a atual fase especulativa: a
implementação da maçonaria dos aceitos.
A
maçonaria operativa foi se transformando em uma sociedade de auxílio
mútuo, permitindo a entrada de homens que não possuíam a arte de
construir como profissão.
O
primeiro registro de admissão de um maçom não profissional remonta
a 1600, na Escócia.
A Saint
Mary’s Chapell Lodge,
– em tradução livre, Loja da Capela de Santa Maria – sediada em
Edimburgo, criada para a construção da Capela de Santa Maria,
iniciou John
Boswell,
Lorde de Aushinleck, um senhor de terras, em 08 de junho.
Assis
Carvalho
cita que, assim como o estatuto da Fellowship
of Masons
de 1356 é a certidão de nascimento da maçonaria operativa, a
iniciação de John
Boswell,
em 08 de junho de 1600, é a certidão de nascimento da maçonaria
dos aceitos.
Essa
nova maçonaria foi gradativamente se espalhando pela Europa de tal
modo que, até o final daquele século, quase não mais existiam
maçons operativos.
O local das reuniões também foi sendo alterado, substituíram-se as
desconfortáveis lojas anexas aos edifícios em construção por
tavernas, cervejarias e estalagens.
Delineadas
as circunstâncias em que – em tese – surgiu a maçonaria
operativa e as características do período histórico responsável
por seu declínio, o próximo passo deste estudo é explorar o
surgimento da segunda fase da maçonaria, a fase especulativa, que
perdura até os dias de hoje.
2.
A MAÇONARIA ESPECULATIVA
Os
maçons especulativos não mais se dedicam à tarefa de construir, de
erguer edifícios, de laborar na construção civil.
A
palavra especulação, no dicionário, é definida, dentre outros
termos, como conjectura, elucubração, teorização.
Colin
Dyer,
por sua vez, conceitua “especulativo” como pensativo ou
filosófico. Cita o autor que o verdadeiro maçom pensa acerca da
arte real, medita e contempla sobre o seu significado para ele e para
o restante da humanidade. Ainda segundo Colin, o termo “especulativo”
seria um sinônimo, ou uma alternativa, para “livre e aceito”.
William
Preston, citado na obra de Colin,
assim definiu a maçonaria especulativa:
A
Maçonaria Especulativa compreende a ordem oculta do Universo e das
coisas secretas, tanto terrenas como celestiais, mais particularmente
aquelas de natureza espiritual e intelectual. A Maçonaria Operativa
direciona nossos trabalhos à perfeição, enquanto a Especulativa à
felicidade. Uma nos direciona ao discernimento e ao uso dos dons da
Natureza; a outra nos possibilita investigar a ordem e o sistema do
Universo e adapta às suas regras as nossas ideias e conceitos de
justiça, o único meio pelo qual o homem pode viver com conforto e
felicidade no mundo. (sic)
Não
se pode negar que, para o surgimento da maçonaria especulativa, foi
relevantíssima a aceitação de John
Boswell, em 08 de junho de
1600, na Saint Mary’s
Chapell Lodge -
mesmo não sendo ele um
construtor profissional. Esse foi o pontapé inicial que, aliado ao
renascentismo e o consequente declínio do estilo gótico de
arquitetura, contribuiu para que se pudesse adentrar à segunda fase
da maçonaria - que passou a ser simbólica e constituída por
membros dos mais distintos setores da sociedade.
A
extinção da fase operativa, – segundo autores dedicados ao estudo
do tema já citados alhures – foi influenciada pelo renascentismo e
pelo declínio do estilo gótico de arquitetura. Não se pode
precisar, exatamente, quando as guildas e corporações de ofício
sucumbiram, mas Carvalho
menciona que, ao final do século XVII, já quase não subsistiam
maçons operativos.
Durante
a transição de uma fase para a outra, tanto maçons operativos
quanto maçons especulativos coexistiram em seu tempo (inclusive
participando das mesmas lojas); mas, por circunstâncias históricas,
foram apenas os segundos que não sucumbiram à evolução social
(talvez por terem sido justamente fruto dela).
Além
da relevante aceitação de John
Boswell, na Saint
Mary’s Chapell Lodge, há,
ainda, outros fatos históricos que compuseram a conjectura histórica
da instituição da maçonaria especulativa.
No
século XVII, na Cidade de Londres, ocorreu um grande incêndio que
destruiu cerca de 40.000 casas e 86 igrejas – o equivalente a
quatro quintos da cidade. Há, entretanto, divergência a respeito de
em qual ano exatamente a catástrofe ocorreu. Menciona-se 1665,
1666
e 1667.
De todo modo, a divergência na indicação dos anos não retira a
unanimidade a respeito da importância desse evento para história.
Nessa
época, já em pleno renascentismo, a maçonaria operativa já estava
em decadência. As lojas londrinas eram formadas por mais de 90% de
maçons aceitos.
Foi, portanto, necessário convocar construtores de toda a Inglaterra
para auxiliar na reconstrução de Londres.
Os
trabalhos foram coordenados pela Loja Central de Londres,
sob a direção de Cristopher Wren, que foi nomeado arquiteto do rei
e arquiteto da cidade, após ter elaborado todo o plano de
reconstrução da capital britânica.
O Sir
Cristopher Wren, nascido em 1632, foi iniciado na maçonaria em 1691,
era anatomista, matemático, professor, inventor, arquiteto e
urbanista, tendo sido autor de inúmeras obras científicas e
inúmeros inventos.
Em
1670, foram iniciados os trabalhos de reconstrução de Londres e até
1711 já haviam sido construídas 52 igrejas, mansões, teatros de
ópera, avenidas etc., substituindo-se a madeira pelo tijolo e pela
pedra,
o que deu um pouco mais de fôlego à existência dos maçons
operativos.
A
obra mais importante de Cristopher Wren foi a reconstrução da
Catedral de São Paulo, o Apóstolo. A importância se dá não só
por se tratar o edifício de um dos locais de maior visitação atual
de Londres e por sua cúpula ser a segunda maior do mundo,
mas, também, porque foi em seu adro que se desenvolveu e se
estabeleceu, em 1691, uma Loja de maiúscula importância para a
história da maçonaria: a “Loja o Ganso e a Grelha”, em alusão
à taberna em que eram realizadas as reuniões de caráter informal e
administrativo.
Conceição
sugere, em análise dos escritos de James Anderson, que Cristopher
Wren, por volta de 1710, teria sido grão-mestre da maçonaria
londrina, pois era intitulado como ativo protetor dela.
O
Rei George I ascendeu ao trono da Grã-Bretanha em 1714.
Algumas lojas de Londres passaram a se sentir desprotegidas e não
representadas por Cristopher Wren. Nos escritos de Anderson, segundo
as transcrições de Conceição,
constava que Wren estava incapaz; já Colin,
cita que, na versão de 1738 das Constituições de Anderson,
mencionava-se que Wren havia sido negligente e; Rodrigues
cita apenas um mero afastamento. De todo modo, o que é consenso
entre esses autores é que, por volta de 1714, Wren já contava com
aproximadamente 85 anos – o que, muito provavelmente, tenha sido a
causa de sua atuação pouco expressiva na representação das lojas
de Londres, perante a coroa.
Em
Londres, havia doze lojas maçônicas em 1.717. Entretanto, apenas
quatro delas, – “O Ganso e a Grelha”; “A Coroa”; “A
Macieira” e; “O Copo e as Uvas” (nomes em referência às
tabernas em que se reuniam) – se reuniram em 24 de junho de 1717,
data do solstício de inverno e dia de São João (que, antigamente,
era data sagrada para os Cavaleiros Templários),
na Taberna da Macieira, localizada na Praça da Catedral de São
Paulo (a obra-prima de Cristopher Wren), realizando a assembleia dos
maçons livres e aceitos e, em um movimento a favor da centralização,
optaram por se unir sob uma só organização.
J.
R. Clarke, citado na obra de Baigent,
menciona que a cerimônia inaugural da Grande Loja Unida da
Inglaterra foi repleta de demonstrações de fidelidade
pró-hanoveriana, com brindes levantados ao Rei George e com cantos
de louvor e lealdade.
Convém,
a esse respeito, abrir um parêntese para destacar que o mesmo autor
menciona que se tratou de uma tentativa de provar que os maçons não
eram jacobitas – uma demonstração que, segundo ele, dificilmente
seria necessária se não houvesse algum motivo para se suspeitar que
eles, realmente, eram. Na mesma obra, parafraseando Mc Lynn, o autor
sustenta que:
Não
há dúvida de que os Jacobitas exerceram crucial influência sobre o
desenvolvimento da Franco-Maçonaria – a ponto de, na verdade,
fazer com que testemunhos posteriores chegassem a descrever a
Franco-Maçonaria como uma gigantesca conspiração Jacobita. (sic).
Mas
tais conclusões, entretanto, são meramente indiciárias, pois não
há documento histórico algum que conclua no sentido de possuir a
maçonaria especulativa, em seus primórdios, natureza conspiratória
(seja hanoveriana ou ligada ao clã dos Stuart).
Retomando
o raciocínio (fechando-se os parênteses adrede abertos): as quatro
lojas formaram, então, a primeira Grande Loja do Mundo, em data –
24 de junho de 1717, no solstício de inverno – que passou a ser
considerada como o início oficial da nova modalidade da maçonaria:
a especulativa.
As lojas, unidas, perseguiam a representatividade e proteção que
Wren já não mais podia lhes oferecer.
Aponta
Rodrigues
que o primeiro Grão Mestre eleito foi Anthony Sayer e que os grandes
vigilantes foram o Capitão Joseph Elliot e o carpinteiro Jacob
Lamball.
Em
1722 (apenas 5 anos após a criação da Grande Loja da Inglaterra),
em Londres, já eram 24 lojas que, reunidas em 25 de março,
aprovaram as Constituições do Reverendo James Anderson – que
tomou por base, essencialmente, as Old
Charges (as Constituições
Góticas), ordenando-as de forma mais metódica e organizada. Nessa
mesma sessão, decidiu-se que as Constituições seriam impressas e
que seriam lidas sempre que um novo membro ingressase na
fraternidade.
Em
1723, James Anderson foi eleito 2º Grande Vigilante e apresentou
orgulhosamente a primeira edição do livro The
Constitutions of the Free-masons (Livro
das Constituições), que não mencionava originariamente graus
superiores e onde apareceu, pela primeira vez, a expressão
“landmarks”.
A
nova instituição unificou, com o tempo, todas as lojas da
Inglaterra e se expandiu não só por todo o continente europeu como
também pelo continente americano, alcançando, logo em seguida, os
demais continentes do mundo. Consoante Carvalho,
“sua aceitação foi tão
formidável, que, em pouco tempo, ela era a coqueluche da Nobreza
Europeia e dos Revolucionários Americanos”
(sic).
Especificamente
no Brasil, não há data registrada da chegada da maçonaria, mas
acredita-se que tenha ocorrido no início do Século XVIII
e que já havia maçons, em solo tupiniquim, antes mesmo da
existência de lojas maçônicas. À toda evidência, a ordem da arte
real foi introduzida no país pelos jovens, filhos dos abastados, que
iniciaram um movimento rumo às universidades da França e de
Portugal. Lá tinham contato com a escola iluminista e iniciavam na
maçonaria.
Mas
a origem nacional da maçonaria foge dos limites propostos pelo
presente estudo e, dada a amplidão do tema, demanda um trabalho
dedicado, específico e verticalizado nesse assunto.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Traçar
origens da ordem da arte real, como se percebe, não é apenas
apontar determinado fato histórico específico.
A
maçonaria é fruto de evolução ao longo dos anos e muitos fatos
relacionados a ela (principalmente na fase operativa) ocorreram na
informalidade, sem registro expresso – o que dificulta sobremaneira
que se possa delimitar os acontecimentos mais relevantes.
Não
se pode dizer que a maçonaria é multimilenar e atribuir as suas
origens aos mais longínquos períodos do desenvolvimento humano da
antiguidade. Isso porque tal é uma falsidade histórica, uma
verdadeira fantasia.
Também
não se pode tomar os parcos documentos existentes como verdades
absolutas e atribuir unicamente a eles a verdadeira origem da ordem
da arte real, pois muitos fatos podem ter ocorrido, antes daqueles
que foram documentados, com maior relevância.
As
duas fases da maçonaria aconteceram em períodos históricos bem
delineados, com absoluta coerência em relação à sociedade que
lhes era contemporânea. Por isso não é adequado estudar as origens
da instituição sem estudar e situá-la no contexto social em que
estava inserida.
Como
salientado ao longo deste estudo, a maçonaria nunca foi um fato
isolado; foi fruto de evoluções, adaptando-se ao contexto social de
seu tempo. A extinção da maçonaria é prova disso. Os pedreiros
que lapidavam literalmente a perderam a sua profissão, em razão de
uma nova fase à qual adentrava a humanidade.
Embora
substancialmente diferentes, não se pode dizer, todavia, que não
haja nenhuma herança ou legado do período primitivo para o período
vivenciado diuturnamente, nas milhares de organizações espalhadas
ao redor da orbe terrestre.
Talvez
as heranças mais emblemáticas – que não são conclusivas nos
livros, decorrem da percepção deste autor – residam: na
existência (comum) de modos e sinais secretos de reconhecimento;
admissão de membros de forma iniciática, com o juramento de manter
em sigilo o que se aprende em razão da ordem; divisão baseada na
carga de conhecimento e ensinamentos obtidos pelo membro; e,
especialmente, a assunção de obrigação de mútuo auxílio entre
os pares.
De
toda sorte, a história dessa instituição – que já contribuiu
muito com a sociedade, incutindo nas pessoas ideais libertários,
democráticos e igualitários e entregando-lhe ao convívio homens
empenhados no aperfeiçoamento do ser e com a busca pela luz do
conhecimento, não se encerra; desenvolve-se dia após dia cada vez
que maçons se reúnem, em egrégora, rendendo glória ao Grande
Arquiteto do Universo, propondo-se a cavar masmorras ao vício e
erigir templos à virtude.
REFERÊNCIAS
BAIGENT,
Michael. O
Templo e a Loja/Michel
Baigent e Richard Leigh; tradução Sergio M. Cernea. São Paulo :
Madras, 2005.
CARVALHO,
Assis. O
Aprendiz Maçom Grau 1.
Editora Maçônica “A Trolha”. Londrina, 1995.
CASTELLANI,
José. As
origens históricas da mística maçonaria.
São Paulo : Landmark, 2005, 2ª ed.
CONCEIÇÃO,
Eleutério Nicolau da. Maçonaria
raízes históricas e filosóficas:
o
que todo maçom deve saber sobre maçonaria
– 2 ed. rev e ampl. Florianópolis: Editora Cultural O Prumo. 2006.
COLIN,
Dyer F. W. O
Simbolismo na Maçonaria.
Tradução: Sérgio Cernea. São Paulo : Madras, 2010.
DURÃO,
João Ferreira. Pequena
História da Maçonaria no Brasil.
São Paulo : Madras, 2008
GOULD,
Robert Freke. The
Concise History of Freemansory.
New York: Dover Publications Inc., 2007.
Revista
História Viva, Londres
em chamas,
nº 38, páginas 22 e 23, dezembro de 2006
RODRIGUES,
Marcel Henrique. Maçonaria
Operativa: um estudo sobre as possíveis origens da maçonaria
– FAPESP.
RODRIGUES,
Paulo Roberto Brandão. Cronologia
da Maçonaria.
Cuiabá : Janina, 2012. 5ª ed.