quinta-feira, 25 de agosto de 2016

As Origens da Arte Real


AS ORIGENS DA ORDEM DA ARTE REAL

Marcus Vinicius de Almeida Anzolin1

ANZOLIN, Marcus Vinicius de Almeida. As Origens da Ordem da Arte Real. 2016. 25 fls. Trabalho de Pesquisa Bilbliográfica Apresentado ao ERAC 2016 – Loja Acácia do Sudoeste, nº 2278, Pato Branco, 2015.


RESUMO


A história da maçonaria é dividida em duas fases: a operativa e a especulativa. A primeira decorre da profissão de construtor, época em que era composta exclusivamente por profissionais ligados à arte de construir. O exato início da maçonaria operativa é incerto, dada a ausência de registros históricos, porém, se pode afirmar com precisão quando se organizou enquanto instituição – mais precisamente, enquanto corporação de ofício – com base na data do documento histórico mais antigo que se detém. Com o advento do período renascentista, o estilo gótico entrou em decadência e, com ele, também a maçonaria operativa. Abriu-se, então, cenário para o surgimento da maçonaria especulativa, simbólica, formada não apenas por construtores, mas por maçons aceitos, que exerciam outras profissões e eram ligados a diversos outros ramos da sociedade. A maçonaria especulativa, na Inglaterra, se unificou com a criação da Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1717, de lá, espalhando-se para o mundo.

PALAVRAS-CHAVE: origens históricas; maçonaria operativa; maçonaria especulativa; maçons; pedreiros; construtores.


INTRODUÇÃO

Não é tarefa simples perquirir as origens históricas da ordem da arte real. Seja por ausência de documentos históricos confiáveis e fidedignos, seja pelas divergências encontradas nas obras dos muitos autores que se propõem a esmiuçar o tema. Buscar as origens da maçonaria passa a ser uma atividade que exige considerável dedicação, perspicácia e predisposição de investigação crítica de fatos históricos.
É fato, porém, que o estudo das origens históricas da maçonaria demanda a divisão em dos períodos distintos: a maçonaria operativa e a maçonaria especulativa.
No período operativo – de início, a princípio, incerto, mas que perdurou até o renascentismo – é que estão as grandes divergências a respeito do exato surgimento da maçonaria. Essas dissenções decorrem do reduzido número de confiáveis documentos em que constem as atividades dos pedreiros, ligados às corporações de ofícios e à forma e modo como estas se organizavam.
A ausência de registros históricos a respeito do tema se dá parte em razão da escrita não ser difundida em tempos pretéritos (sendo quase que monopólio do clero e de poucos governantes) e parte em razão de tudo ser transmitido entre os franco-maçons de forma exclusivamente oral. Ademais, durante a idade média, todo conhecimento que não estivesse ligado aos dogmas católicos (cuja fiscal era a “Santa Igreja”), tendia a ser rapidamente extirpado.
Mas, apesar da incerteza histórica, há boa e considerável dose de cientificidade nas obras de alguns autores que buscam atribuir à maçonaria operativa eventos cuja ocorrência é historicamente comprovada. São esses episódios que são tomados como o nascimento oficial da maçonaria operativa – o que, entretanto, não quer dizer que fora, efetivamente, naquela data que a ordem da arte real nasceu, não se podendo negar que muitas de suas práticas já vinham sendo adotadas, sem registro documental, anteriormente.
Já a fase especulativa possui origem (geográfica e temporal) certa e comprovada – e, para a maioria dos autores, aliada ao advento do renascentismo, marca o fim definitivo da maçonaria operativa.
É a partir do período moderno especulativo que se marca definitivamente a maçonaria como sociedade civil organizada, muito além das antigas corporações de ofício (que, em seus primórdios, eram voltadas quase que exclusivamente a finalidades profissionais).
A fase especulativa foi embalada pelo entusiasmo que marcou a criação de diversos clubes e associações inglesas. Mas deles a maçonaria tinha essencial distinção, tanto na forma centralizada de organização quanto na união de seus membros – que, muito provavelmente, tenham sido as causas de sua rápida proliferação.
Não se pode negar que a maçonaria especulativa tenha surgido vinculada a acepções políticas. Mas também não se pode negar que o berço de surgimento da maçonaria organizada (a Inglaterra) passava por grave comoção interna pela busca do trono local.
O presente trabalho, nesse contexto, busca, por meio do método de pesquisa dedutivo, investigar obras que abordam as origens da maçonaria e, com base no que há de seguro e cientificamente comprovado historicamente, traçar os importantes marcos percorridos pela ordem da arte real, até que tenha assumido seu formato especulativo atual, congregando irmãos dos mais longínquos rincões, em egrégora e em glória ao criador, com a intenção de aperfeiçoamento do ser humano.

1. A MAÇONARIA OPERATIVA

Por maçonaria operativa, entende-se a primeira fase da instituição, composta por profissionais ligados à arte de construir, no período medieval; era a associação dos cortadores de pedra verdadeiros, que exerciam o ofício de edificar2.
Há quem divida a história da ordem maçônica em três períodos distintos: maçonaria primitiva; maçonaria operativa e maçonaria especulativa3. O período primitivo, passaria por Noé, Nemrod, ingressando nos antigos mistérios e contemplando conteúdos filosóficos milenares.
Mas a divisão das fases da maçonaria desponta mais adequada se realizada de forma bipartite – considerando apenas as fases operativa e especulativa – em contraponto à forma tripartite, que é realizada por alguns (poucos) autores. Isso porque, consoante aponta Assis Carvalho, no suposto período da maçonaria primitiva, a maçonaria, em verdade, sequer existiu:

Não, meu irmão. Nunca houve Maçonaria de Mistérios. Houve, sim, Religiões de mistérios, mas a Maçonaria, nunca, em tempo algum, foi Religião.
Os Antigos Mistérios existiram. Não, talvez, com a riqueza de detalhes com que é hoje contado. Pois não existe nenhum Documento escrito sobre os mesmos. Durante o decorrer de muitos séculos ele só teve tradição oral. E nós sabemos que a Tradição Oral, nunca foi muito confiável.4 (sic)

A arte da construção, é bem verdade, remonta ao tempo em que o homem deixou de ser nômade e passou a formar uma sociedade estratificada. Embora esses profissionais tenham, desde os primórdios (Mesopotâmia, Egito e diversos outros povos da antiguidade), guardado entre si camaradagem e agregação, não havia organização institucional que os congregasse e disciplinasse a sua atividade5. Não se pode cogitar – lucidamente – ser esse período a origem da maçonaria.
Não existem fatos históricos indicando a existência de organizações – ainda que operativas – atuando com perenidade, através dos tempos. As organizações de construtores eram dissolvidas ao final da obra e a finalidade era, basicamente, prática: a conclusão do projeto arquitetônico. A mera existência de pedreiros, unidos em torno de um objetivo comum (o exercício de sua profissão), ainda que de maneira hierarquizada, não constituiu qualquer aspecto embrionário da maçonaria. 6
Na história universal, as primeiras organizações de construtores de que se tem registros remontam à Roma. São as chamadas “collegia fabrorum”, criadas pelo segundo rei, Numa Pompílio, por volta de 700 a.C.
Os artesãos foram organizados em corporações, das quais os pedreiros (que laboravam com pedras) eram os líderes. Cada corporação – collegia – foi subordinada a uma legião de soldados romanos e os acompanhava em campanha para, após a batalha, estabelecida a colônia romana, instruir os povos colonizados na arte de construir e auxiliá-los na reconstrução daquilo que o exército romano havia reduzido às ruínas.7
Alguns estudiosos da história da maçonaria atribuem às “collegia fabrorum” a gênese da maçonaria. Essa ideia, contudo, é criticada por outros autores (quer parecer, com total razão). Abaixo, transcrevem-se os principais argumentos para refutar a origem romana da ordem da arte real:

Costuma-se citar Numa Pompílio como sendo o criador dessa corporação de construtores, o que constitui uma das múltiplas alegadas origens da maçonaria, segundo alguns autores. Esses autores parecem ignorar a devastação promovida pelas invasões saxônicas, com a destruição geral das construções romanas e o extermínio de grande parte da população com a consequente erradicação da arte de construir. Como testemunho deste fato, nos cerca de 200 anos que se seguiram, as construções eram executadas em madeira e palha (até cerca do ano 700).
Antigas tradições relatam também o destino dos membros remanescentes do antigo collégium fabrorum, que após a queda de Roma procurara refúgio numa ilha situada no lago de Cuomo, no norte da Itália. Dali teriam levado sua arte para outras partes da Europa, tornando-se conhecidos como mestres comacinos. Esses mestres foram arquitetos de renome em sua época mas nada indica que tenham qualquer ligação direta com a franco maçonaria. 8

Na verdade, entre todas essas Organizações de Artesãos do Passado, existe alguma semelhança com o que se passa ou se passava na Maçonaria. Isso, porém, não comprova nada. Prova somente que a necessidade inventa o inventor. Em quase todos os quadrantes do Mundo, quando os meios de Comunicação ainda estavam por ser inventados, muitos inventos idênticos ou parecidos, foram inventados em longínquas regiões do mundo sem que uma soubesse da existência da outra. 9

A queda do império romano do ocidente, no Século V, marcou o início da idade média e foi nesse período da história (bastante trágico para a humanidade, por sinal) que se pode afirmar com segurança que surgiu a maçonaria operativa.
O primeiro marco histórico da idade média que possui relevância para este estudo – embora não possa ser considerado, ainda, como a verdadeira origem da maçonaria operativa, dadas as circunstâncias da sociedade que lhe era contemporânea –, foi o ano de 92610.
Em York, o príncipe Edwin convocou a Convenção de York – considerada a primeira reunião organizada de operários construtores. O objetivo da assembleia era discutir meios de reparação dos prejuízos que as associações haviam tido com as sucessivas guerras e invasões. Foi nessa reunião, que se apresentou para apreciação e aprovação um estatuto que passaria a ser a lei suprema da confraria, a denominada “Carta de York”.11
Mas a história impede que se reconheça a Convenção de York como o fato que originou a maçonaria operativa. Isso porque, por volta dos anos 900, as guildas de pedreiros ainda estavam engatinhando, pois, naquele estágio de evolução, boa parte das construções eram feitas de madeira. Por isso, as primitivas organizações – as guildas – eram compostas de homens que praticavam as profissões de carpinteiro e marceneiro (e raramente a de pedreiro).
O estilo gótico – cuja cronologia remonta ao século XII12ainda não existia e as grandes catedrais não haviam sido construídas. Exemplificativamente, a Catedral de Estrasburgo, comenta Assis Carvalho13, ainda era de madeira em 926 e foi somente após um incêndio que se decidiu reconstruí-la em pedra.
Foi, entretanto, entre os anos 1100 e 1300 – diante da crescente expansão do cristianismo e da incorporação de nobres, reis e seus respectivos patrimônios à religião católica – que as igrejas (até então, feitas de madeira e frágeis às intempéries climáticas) passaram a ser construídas em pedra.14 Foi por volta desse período, que surgiu, na Europa Medieval, o estilo gótico de arquitetura15. Foi, também, nessa época, que, em razão do crescente número de saqueadores e bandoleiros famintos que se espalhavam pela Europa, enquanto os bons guerreiros saiam em cruzada à Terra Santa, passou a se tornar necessário que se erguessem muralhas em torno dos burgos, para proteger os proprietários e os servos.
A quantidade de trabalho para os construtores, naquela época, sobejava na mesma proporção em que sobejava a riqueza da Igreja. Mas era preciso se especializar na arte de construir e organizar-se em torno dessa profissão. Foram surgindo, como fenômeno sem registro histórico específico, as confrarias dos pedreiros medievais, que formavam clubes iniciáticos, de estudo, aprendizado e instrução nas artes da geometria e da arquitetura16.
Stavish, citado na obra de Rodrigues17, chega a mencionar que esses pedreiros dominavam, além da geometria e a arquitetura, o conhecimento esotérico. O autor, inclusive menciona, que os construtores acreditavam que podiam glorificar a Deus, por meio da representação do macrocósmico em números e medidas que caracterizariam a geometria sagrada (utilizando o Pi e o “número de ouro”, estudado por Fibonacci). O arquiteto Vitrúvio foi, talvez, um dos maiores expoentes da utilização da geometria sagrada.
Ainda segundo Rodrigues18, desta feita citando Arola, a falta de documentação a respeito do que se praticava nas corporações de ofício seria evidência de que esses maçons operativos guardavam segredos sobre o ofício que praticavam. Mesmo as instruções aos aprendizes eram passadas por via oral.
Mas o mesmo autor ainda cita que não seria possível afirmar com rigor científico que os maçons medievais possuíam conhecimento exotérico. No entanto, sustenta que, ao visitar uma dessas catedrais góticas, é forçado a admitir que seus construtores estavam imbuídos de forte espiritualidade, sobretudo pelas precisões matemáticas exatas verificadas e proporções perfeitas que equilibram o edifício.
Nessas corporações operativas – também chamadas de guildas, a quem se atribui o surgimento da maçonaria operativa19 – reuniam-se os profissionais para exercer o seu ofício, já que ele só poderia ser exercido sob os auspícios da corporação.
Foi no âmbito das guildas que surgiu o termo “loja” – que era o prédio rústico, edificado nos canteiros de obras, utilizado para tratar de determinada construção, abrigar os trabalhadores e onde eram guardados seus utensílios. Isto é, a loja era o local de exclusivo trabalho dos maçons medievais. Para recepção de visitantes e discussão de outros assuntos, era comum a utilização de tabernas.20
As corporações regulamentavam a qualidade do trabalho, estipulavam taxas e salários e até prestavam assistência social a seus filiados. Os objetivos principais eram a proteção mútua e a manutenção de direitos adquiridos.
A admissão de novos membros era realizada com formalidades ritualísticas próprias de cada ofício, com ritos de traços nitidamente religiosos e juramento de não revelar o que lhe fosse confiado, pois se mantinham em segredo os deveres da corporação, as técnicas do ofício e as instruções (mesmo aquelas referentes à geometria) eram transmitidas oralmente.21
As guildas eram dotadas de hierarquia e o ingresso se dava na condição de aprendiz. Com o tempo e com o aperfeiçoamento das técnicas construtivas, havia a ascensão à condição de companheiro. No topo da hierarquia, estava o mestre22.
A maçonaria operativa, nesse contexto, não é um dado, um fato específico, é um construído, pois foi se desenvolvendo paulatinamente no cotidiano dos profissionais ligados à arte de construir.
Há, porém, uma data específica em que a existência dessas corporações de ofício, formadas por trabalhadores especializados em trabalhar na pedra franca, foi documentalmente formalizada: dois de fevereiro de 135623. Essa sim, é a data em que se pode, histórica e formalmente considerar formada a maçonaria operativa. Assis Carvalho24 menciona que, à míngua de documentos mais antigos, nessa data, foi constituída a certidão de nascimento da primeira fase da maçonaria.
O acontecimento que marcou o dia dois de fevereiro de 1356 foi a ida de doze franco-maçons, liderados por Henry Yevele, oriundos da guilda da construção da Guildhall (que, posteriormente, foi a sede administrativa do Município de Londres e, atualmente, é o palácio cerimonial da cidade25), à prefeitura de Londres, levando um esboço do estatuto dos trabalhadores de pedra.
A proposta foi apresentada ao alcaide de Londres e aos edis, contendo previsão de obediência às autoridades locais, fidelidade ao rei e à religião católica, delimitação de disputas e a solicitação de realização de reuniões fechadas, sem a presença de quem não fosse ligado à instituição. O estatuto foi aprovado e a sociedade “The Fellowship of Masons” formada. Até hoje, referido documento se encontra arquivado na Biblioteca da Prefeitura de Londres. 26
Assis Carvalho27, parafraseando G. H. T. French, comenta a respeito desse regulamento da instituição de pedreiros:

O Primeiro Código ou Regulamento dos Maçons da Inglaterra, é datado de 2 de fevereiro de 1356, quando, como resultado da disputa entre Carvoeiros e Maçons, Pintores, Doze Mestres de uma Obra, representando aquele ramo da Arte de Construir, foram até ao Prefeito e Edis de Londres, na sede da Prefeitura e eles obtiveram uma Autorização Oficial, para que fizessem um Código e Regulamento Interno, para a Instalação de uma Sociedade e, acabar, de vez, com a disputa e, também, para que de uma forma geral, ajudasse nos Trabalhos. O Preâmbulo do Código, confirma que aqueles homens, foram lá, realmente juntos; porque o seu Ofício, até então, não havia sido regulamentado, de nenhuma forma pelo Governo do Povo, como já acontecia com outras Profissões. (sic)

A “The Fellowship of Masons” permaneceu, por 20 anos, como a única organização formalmente constituída de Londres de que se tem história, até que, em 1376, foi fundada a Companhia dos Maçons de Londres28.
Cabe destacar que, segundo Castellani29, a Fellowship of Masons, teria sido fundada em 1220. A aparente contradição entre o ano (1356) apontado por Paulo Roberto Brandão Rodrigues e por Assis Carvalho é elucidada pela obra estrangeira de  Robert Freke Gould30 que, parafraseando Mr. Edward Conder, aponta que 1220 seria o ano em que a Fellowship of Masons foi fundada, enquanto corporação de ofício, e que, em 1356, foi quando houve o registro de seu regulamento, perante as autoridades municipais de Londres. Mas, mesmo para Robert Freke Gould, não deixa de ser o estatuto da Fellowship of Masons o documento mais antigo relacionado à maçonaria operativa de que se tem notícia. Não se tem conhecimento de nenhum documento escrito que comprove que fora, efetivamente, em 1220 que surgiu a Fellowship of Masons.
Tal só confirma o que se mencionou alhures: que a maçonaria operativa não é um dado, um fato específico, mas um construído que evoluiu com o passar dos tempos. Não significa que as práticas das guildas e corporações de ofício dos franco-maçons só tenham surgido a partir da formalização do estatuto da Fellowship of Masons. No entanto, reitera-se: historicamente, é o documento de 1356 que retrata o nascimento da maçonaria operativa enquanto instituição.
O regulamento da Fellowship of Masons não teve relevância somente como marco histórico. A partir dele, os franco-maçons passaram a trabalhar segundo as suas regras. Com o passar do tempo, a elas muitas outras regras foram sendo gradualmente acrescidas. Algumas normas iam além da simples regulamentação do exercício da profissão de pedreiro: desde indicações de regras de conduta em sociedade até formas de se portar à mesa.
Esse conjunto de determinações que orientavam e disciplinavam a vida e profissão de maçom livre passou a ser conhecido como as “Old Charges”, ou, ainda, como as constituições góticas31. Foram elas que, já na fase especulativa (no ano de 1723), foram compiladas32 e serviram como base para a elaboração do Livro das Constituições, do Pastor da Igreja Presbiteriana, James Anderson33.
Os maçons operativos obtiveram tamanho prestígio e relevância na sociedade que conquistaram a liberdade de ir e vir pela Europa (direito que, atualmente – dada à sua natureza de direito fundamental e cláusula pétrea no ordenamento jurídico brasileiro – parece absolutamente trivial, mas que, nos tempos da idade média, praticamente inexistia aos cidadãos comuns), a isenção de pagamento de taxas e impostos e até voz ativa na administração de algumas cidades34.
Não se pode negar que, embora os maçons operativos tivessem obtido, em razão de sua profissão, benefícios não extensíveis às demais pessoas de sua época, sua existência não fora inteiramente pacífica. Vivia-se na época talvez mais obscura da humanidade. O clero, sob o pretexto de glorificar o nome de Deus, cometia as mais absurdas barbáries. O conhecimento era restrito e o acesso a ele ficava subordinado quase que inteiramente às regras emanadas da Igreja e do Estado, que buscavam, a todo custo, ter todos os setores da sociedade sobre seu integral controle.
Com a maçonaria operativa não foi diferente. Em 1539, na França, Francisco I revogou os privilégios concedidos aos franco-maçons, abolindo as guildas e demais fraternidades. Em contrapartida, em 1548, na Inglaterra, foi concedido aos construtores o livre exercício de sua profissão – ato que, um ano depois, foi revogado, reduzindo-os à condição de trabalhadores ordinários. Em 1558, a Rainha Isabel renovou uma ordenação de 1425 que tolhia o direito de reunião, equiparando as reuniões ilegais à rebelião. Uma convenção de maçons em York, em 1561, durante a festividade de São João Evangelista, teve sua ilegalidade declarada por Isabel e a prisão de todos os participantes foi decretada. Em 1562, o lorde Thomas Sackville, adepto da arte de construir, conseguiu demover a rainha de seu intento, conduzindo à revogação da ordenação de 1425.35
Não fora, entretanto, o desapreço estatal e religioso o principal responsável pelo fim da maçonaria operativa. Apesar dessas perseguições e proibições, a maçonaria operativa continuou a existir, na mesma medida em que as construções também continuavam.
O período histórico responsável pelo fim da maçonaria operativa foi o renascentismo36.
O renascentismo – ou a renascença – foi o período da história ocorrido aproximadamente entre o fim do século XIV e o fim do século XVII. Esse período foi marcado por muitas transformações na humanidade, ocorrendo a ruptura das estruturas da sociedade medieval, o fim do feudalismo e o início do capitalismo.37
No campo das artes, o renascentismo foi marcado pelo resgate dos valores da antiguidade clássica (especialmente a greco-romana38) e o pensamento humanista (em contraponto ao antigo pensamento teocêntrico), com ênfase no mundo natural. Na arquitetura, surgiram novos métodos e estilos arquitetônicos, o que fez com que o estilo gótico e a estrutura ogival das abóbadas das grandes catedrais fosse paulatinamente sucumbindo.39 Também gradualmente foram prostrando-se as guildas de pedreiros, na Europa continental.
A maçonaria enfrentava um grande dilema: ou desaparecia da história da humanidade ou se adaptava à sua então contemporânea realidade.
Com a drástica diminuição do volume de serviço dos pedreiros, nas Ilhas Britânicas, verificou-se importante fenômeno que prenunciava a transição da fase operativa para a atual fase especulativa: a implementação da maçonaria dos aceitos.
A maçonaria operativa foi se transformando em uma sociedade de auxílio mútuo, permitindo a entrada de homens que não possuíam a arte de construir como profissão.40
O primeiro registro de admissão de um maçom não profissional remonta a 1600, na Escócia41. A Saint Mary’s Chapell Lodge, – em tradução livre, Loja da Capela de Santa Maria – sediada em Edimburgo, criada para a construção da Capela de Santa Maria, iniciou John Boswell, Lorde de Aushinleck, um senhor de terras, em 08 de junho42.
Assis Carvalho43 cita que, assim como o estatuto da Fellowship of Masons de 1356 é a certidão de nascimento da maçonaria operativa, a iniciação de John Boswell, em 08 de junho de 1600, é a certidão de nascimento da maçonaria dos aceitos.
Essa nova maçonaria foi gradativamente se espalhando pela Europa de tal modo que, até o final daquele século, quase não mais existiam maçons operativos44. O local das reuniões também foi sendo alterado, substituíram-se as desconfortáveis lojas anexas aos edifícios em construção por tavernas, cervejarias e estalagens45.
Delineadas as circunstâncias em que – em tese – surgiu a maçonaria operativa e as características do período histórico responsável por seu declínio, o próximo passo deste estudo é explorar o surgimento da segunda fase da maçonaria, a fase especulativa, que perdura até os dias de hoje.

2. A MAÇONARIA ESPECULATIVA

Os maçons especulativos não mais se dedicam à tarefa de construir, de erguer edifícios, de laborar na construção civil.
A palavra especulação, no dicionário, é definida, dentre outros termos, como conjectura, elucubração, teorização.
Colin Dyer46, por sua vez, conceitua “especulativo” como pensativo ou filosófico. Cita o autor que o verdadeiro maçom pensa acerca da arte real, medita e contempla sobre o seu significado para ele e para o restante da humanidade. Ainda segundo Colin, o termo “especulativo” seria um sinônimo, ou uma alternativa, para “livre e aceito”.
William Preston, citado na obra de Colin47, assim definiu a maçonaria especulativa:

A Maçonaria Especulativa compreende a ordem oculta do Universo e das coisas secretas, tanto terrenas como celestiais, mais particularmente aquelas de natureza espiritual e intelectual. A Maçonaria Operativa direciona nossos trabalhos à perfeição, enquanto a Especulativa à felicidade. Uma nos direciona ao discernimento e ao uso dos dons da Natureza; a outra nos possibilita investigar a ordem e o sistema do Universo e adapta às suas regras as nossas ideias e conceitos de justiça, o único meio pelo qual o homem pode viver com conforto e felicidade no mundo. (sic)

Não se pode negar que, para o surgimento da maçonaria especulativa, foi relevantíssima a aceitação de John Boswell, em 08 de junho de 1600, na Saint Mary’s Chapell Lodge - mesmo não sendo ele um construtor profissional. Esse foi o pontapé inicial que, aliado ao renascentismo e o consequente declínio do estilo gótico de arquitetura, contribuiu para que se pudesse adentrar à segunda fase da maçonaria - que passou a ser simbólica e constituída por membros dos mais distintos setores da sociedade.
A extinção da fase operativa, – segundo autores dedicados ao estudo do tema já citados alhures – foi influenciada pelo renascentismo e pelo declínio do estilo gótico de arquitetura. Não se pode precisar, exatamente, quando as guildas e corporações de ofício sucumbiram, mas Carvalho48 menciona que, ao final do século XVII, já quase não subsistiam maçons operativos.
Durante a transição de uma fase para a outra, tanto maçons operativos quanto maçons especulativos coexistiram em seu tempo (inclusive participando das mesmas lojas); mas, por circunstâncias históricas, foram apenas os segundos que não sucumbiram à evolução social (talvez por terem sido justamente fruto dela).
Além da relevante aceitação de John Boswell, na Saint Mary’s Chapell Lodge, há, ainda, outros fatos históricos que compuseram a conjectura histórica da instituição da maçonaria especulativa.
No século XVII, na Cidade de Londres, ocorreu um grande incêndio que destruiu cerca de 40.000 casas e 86 igrejas – o equivalente a quatro quintos da cidade. Há, entretanto, divergência a respeito de em qual ano exatamente a catástrofe ocorreu. Menciona-se 166549, 166650 e 166751. De todo modo, a divergência na indicação dos anos não retira a unanimidade a respeito da importância desse evento para história.
Nessa época, já em pleno renascentismo, a maçonaria operativa já estava em decadência. As lojas londrinas eram formadas por mais de 90% de maçons aceitos52. Foi, portanto, necessário convocar construtores de toda a Inglaterra para auxiliar na reconstrução de Londres53.
Os trabalhos foram coordenados pela Loja Central de Londres54, sob a direção de Cristopher Wren, que foi nomeado arquiteto do rei e arquiteto da cidade, após ter elaborado todo o plano de reconstrução da capital britânica55. O Sir Cristopher Wren, nascido em 1632, foi iniciado na maçonaria em 1691, era anatomista, matemático, professor, inventor, arquiteto e urbanista, tendo sido autor de inúmeras obras científicas e inúmeros inventos56.
Em 1670, foram iniciados os trabalhos de reconstrução de Londres e até 1711 já haviam sido construídas 52 igrejas, mansões, teatros de ópera, avenidas etc., substituindo-se a madeira pelo tijolo e pela pedra57, o que deu um pouco mais de fôlego à existência dos maçons operativos.
A obra mais importante de Cristopher Wren foi a reconstrução da Catedral de São Paulo, o Apóstolo. A importância se dá não só por se tratar o edifício de um dos locais de maior visitação atual de Londres e por sua cúpula ser a segunda maior do mundo58, mas, também, porque foi em seu adro que se desenvolveu e se estabeleceu, em 1691, uma Loja de maiúscula importância para a história da maçonaria: a “Loja o Ganso e a Grelha”, em alusão à taberna em que eram realizadas as reuniões de caráter informal e administrativo59.
Conceição60 sugere, em análise dos escritos de James Anderson, que Cristopher Wren, por volta de 1710, teria sido grão-mestre da maçonaria londrina, pois era intitulado como ativo protetor dela.
O Rei George I ascendeu ao trono da Grã-Bretanha em 171461. Algumas lojas de Londres passaram a se sentir desprotegidas e não representadas por Cristopher Wren. Nos escritos de Anderson, segundo as transcrições de Conceição62, constava que Wren estava incapaz; já Colin63, cita que, na versão de 1738 das Constituições de Anderson, mencionava-se que Wren havia sido negligente e; Rodrigues64 cita apenas um mero afastamento. De todo modo, o que é consenso entre esses autores é que, por volta de 1714, Wren já contava com aproximadamente 85 anos – o que, muito provavelmente, tenha sido a causa de sua atuação pouco expressiva na representação das lojas de Londres, perante a coroa.
Em Londres, havia doze lojas maçônicas em 1.717. Entretanto, apenas quatro delas, – “O Ganso e a Grelha”; “A Coroa”; “A Macieira” e; “O Copo e as Uvas” (nomes em referência às tabernas em que se reuniam) – se reuniram em 24 de junho de 1717, data do solstício de inverno e dia de São João (que, antigamente, era data sagrada para os Cavaleiros Templários65), na Taberna da Macieira, localizada na Praça da Catedral de São Paulo (a obra-prima de Cristopher Wren), realizando a assembleia dos maçons livres e aceitos e, em um movimento a favor da centralização, optaram por se unir sob uma só organização.66
J. R. Clarke, citado na obra de Baigent67, menciona que a cerimônia inaugural da Grande Loja Unida da Inglaterra foi repleta de demonstrações de fidelidade pró-hanoveriana, com brindes levantados ao Rei George e com cantos de louvor e lealdade.
Convém, a esse respeito, abrir um parêntese para destacar que o mesmo autor menciona que se tratou de uma tentativa de provar que os maçons não eram jacobitas – uma demonstração que, segundo ele, dificilmente seria necessária se não houvesse algum motivo para se suspeitar que eles, realmente, eram. Na mesma obra, parafraseando Mc Lynn, o autor sustenta que:

Não há dúvida de que os Jacobitas exerceram crucial influência sobre o desenvolvimento da Franco-Maçonaria – a ponto de, na verdade, fazer com que testemunhos posteriores chegassem a descrever a Franco-Maçonaria como uma gigantesca conspiração Jacobita. (sic).

Mas tais conclusões, entretanto, são meramente indiciárias, pois não há documento histórico algum que conclua no sentido de possuir a maçonaria especulativa, em seus primórdios, natureza conspiratória (seja hanoveriana ou ligada ao clã dos Stuart).
Retomando o raciocínio (fechando-se os parênteses adrede abertos): as quatro lojas formaram, então, a primeira Grande Loja do Mundo, em data – 24 de junho de 1717, no solstício de inverno – que passou a ser considerada como o início oficial da nova modalidade da maçonaria: a especulativa.68 As lojas, unidas, perseguiam a representatividade e proteção que Wren já não mais podia lhes oferecer.
Aponta Rodrigues69 que o primeiro Grão Mestre eleito foi Anthony Sayer e que os grandes vigilantes foram o Capitão Joseph Elliot e o carpinteiro Jacob Lamball.
Em 1722 (apenas 5 anos após a criação da Grande Loja da Inglaterra), em Londres, já eram 24 lojas que, reunidas em 25 de março, aprovaram as Constituições do Reverendo James Anderson – que tomou por base, essencialmente, as Old Charges (as Constituições Góticas), ordenando-as de forma mais metódica e organizada. Nessa mesma sessão, decidiu-se que as Constituições seriam impressas e que seriam lidas sempre que um novo membro ingressase na fraternidade.70
Em 1723, James Anderson foi eleito 2º Grande Vigilante e apresentou orgulhosamente a primeira edição do livro The Constitutions of the Free-masons (Livro das Constituições), que não mencionava originariamente graus superiores e onde apareceu, pela primeira vez, a expressão “landmarks”.71
A nova instituição unificou, com o tempo, todas as lojas da Inglaterra e se expandiu não só por todo o continente europeu como também pelo continente americano, alcançando, logo em seguida, os demais continentes do mundo. Consoante Carvalho72, “sua aceitação foi tão formidável, que, em pouco tempo, ela era a coqueluche da Nobreza Europeia e dos Revolucionários Americanos” (sic).
Especificamente no Brasil, não há data registrada da chegada da maçonaria, mas acredita-se que tenha ocorrido no início do Século XVIII73 e que já havia maçons, em solo tupiniquim, antes mesmo da existência de lojas maçônicas. À toda evidência, a ordem da arte real foi introduzida no país pelos jovens, filhos dos abastados, que iniciaram um movimento rumo às universidades da França e de Portugal. Lá tinham contato com a escola iluminista e iniciavam na maçonaria.
Mas a origem nacional da maçonaria foge dos limites propostos pelo presente estudo e, dada a amplidão do tema, demanda um trabalho dedicado, específico e verticalizado nesse assunto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Traçar origens da ordem da arte real, como se percebe, não é apenas apontar determinado fato histórico específico.
A maçonaria é fruto de evolução ao longo dos anos e muitos fatos relacionados a ela (principalmente na fase operativa) ocorreram na informalidade, sem registro expresso – o que dificulta sobremaneira que se possa delimitar os acontecimentos mais relevantes.
Não se pode dizer que a maçonaria é multimilenar e atribuir as suas origens aos mais longínquos períodos do desenvolvimento humano da antiguidade. Isso porque tal é uma falsidade histórica, uma verdadeira fantasia.
Também não se pode tomar os parcos documentos existentes como verdades absolutas e atribuir unicamente a eles a verdadeira origem da ordem da arte real, pois muitos fatos podem ter ocorrido, antes daqueles que foram documentados, com maior relevância.
As duas fases da maçonaria aconteceram em períodos históricos bem delineados, com absoluta coerência em relação à sociedade que lhes era contemporânea. Por isso não é adequado estudar as origens da instituição sem estudar e situá-la no contexto social em que estava inserida.
Como salientado ao longo deste estudo, a maçonaria nunca foi um fato isolado; foi fruto de evoluções, adaptando-se ao contexto social de seu tempo. A extinção da maçonaria é prova disso. Os pedreiros que lapidavam literalmente a perderam a sua profissão, em razão de uma nova fase à qual adentrava a humanidade.
Embora substancialmente diferentes, não se pode dizer, todavia, que não haja nenhuma herança ou legado do período primitivo para o período vivenciado diuturnamente, nas milhares de organizações espalhadas ao redor da orbe terrestre.
Talvez as heranças mais emblemáticas – que não são conclusivas nos livros, decorrem da percepção deste autor – residam: na existência (comum) de modos e sinais secretos de reconhecimento; admissão de membros de forma iniciática, com o juramento de manter em sigilo o que se aprende em razão da ordem; divisão baseada na carga de conhecimento e ensinamentos obtidos pelo membro; e, especialmente, a assunção de obrigação de mútuo auxílio entre os pares.
De toda sorte, a história dessa instituição – que já contribuiu muito com a sociedade, incutindo nas pessoas ideais libertários, democráticos e igualitários e entregando-lhe ao convívio homens empenhados no aperfeiçoamento do ser e com a busca pela luz do conhecimento, não se encerra; desenvolve-se dia após dia cada vez que maçons se reúnem, em egrégora, rendendo glória ao Grande Arquiteto do Universo, propondo-se a cavar masmorras ao vício e erigir templos à virtude.


REFERÊNCIAS


BAIGENT, Michael. O Templo e a Loja/Michel Baigent e Richard Leigh; tradução Sergio M. Cernea. São Paulo : Madras, 2005.
CARVALHO, Assis. O Aprendiz Maçom Grau 1. Editora Maçônica “A Trolha”. Londrina, 1995.
CASTELLANI, José. As origens históricas da mística maçonaria. São Paulo : Landmark, 2005, 2ª ed.
CONCEIÇÃO, Eleutério Nicolau da. Maçonaria raízes históricas e filosóficas: o que todo maçom deve saber sobre maçonaria – 2 ed. rev e ampl. Florianópolis: Editora Cultural O Prumo. 2006.
COLIN, Dyer F. W. O Simbolismo na Maçonaria. Tradução: Sérgio Cernea. São Paulo : Madras, 2010.
DURÃO, João Ferreira. Pequena História da Maçonaria no Brasil. São Paulo : Madras, 2008
GOULD, Robert Freke. The Concise History of Freemansory. New York: Dover Publications Inc., 2007.
Revista História Viva, Londres em chamas, nº 38, páginas 22 e 23, dezembro de 2006
RODRIGUES, Marcel Henrique. Maçonaria Operativa: um estudo sobre as possíveis origens da maçonaria – FAPESP.
RODRIGUES, Paulo Roberto Brandão. Cronologia da Maçonaria. Cuiabá : Janina, 2012. 5ª ed.


1Aprendiz Maçom
2 https://pt.wikipedia.org/wiki/Ma%C3%A7onaria#cite_ref-primitiva_12-1
3 https://pt.wikipedia.org/wiki/Ma%C3%A7onaria#cite_ref-primitiva_12-1 - SENNA, Vanildo. Fundamentos jurídicos da maçonaria especulativa – parafraseando André Chedel.
4 CARVALHO, Assis. O Aprendiz Maçom Grau 1. Editora Maçônica “A Trolha”. Londrina, 1995. p. 52
5 CASTELLANI, José. As origens históricas da mística maçonaria. São Paulo : Landmark, 2005, 2ª ed., p. 115.
6 CONCEIÇÃO, Eleutério Nicolau da. Maçonaria raízes históricas e filosóficas: o que todo maçom deve saber sobre maçonaria – 2 ed. rev e ampl. Florianópolis: Editora Cultural O Prumo. 2006. p. 10
7 CARVALHO, op. cit. 1995. p. 63 e 65
8 CONCEIÇÃO, op cit., 2006. p. 28
9 CARVALHO, op. cit. 1995. p. 67
10 RODRIGUES, Paulo Roberto Brandão. Cronologia da Maçonaria. Cuiabá : Janina, 2012. 5ª ed. p.26
11 CASTELLANI, op. cit. 2005, p. 116
12 https://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_g%C3%B3tica
13 CARVALHO, op. cit. 1995. p. 69
14 CARVALHO, op. cit. 1995. p. 87
15 CASTELLANI, op. cit. 2005, p. 119
16 RODRIGUES, Marcel Henrique. Maçonaria Operativa: um estudo sobre as possíveis origens da maçonaria – FAPESP
17 Idem
18 Ibidem
19 CONCEIÇÃO, op cit., 2006. p. 38
20 CASTELLANI, op. cit. 2005, p. 117
21 Idem
22 Ibidem
23 RODRIGUES, op. cit. 2012. p. 28
24 CARVALHO, op. cit. 1995. p. 88
25 https://pt.wikipedia.org/wiki/Guildhall
26 CARVALHO, op. cit. 1995. p. 88/89
27 Idem
28 Ibidem
29 CASTELLANI, op. cit. 2005, p. 119
30 GOULD, Robert Freke. The Concise History of Freemansory. New York: Dover Publications Inc., 2007. p. 105
31 CARVALHO, op. cit. 1995. p. 88 e 104
32 CONCEIÇÃO, op cit. 2006. p. 53
33 RODRIGUES, op. cit. 2012. p. 46
34 CONCEIÇÃO, op cit., 2006. p. 45
35 CASTELLANI, op. cit. 2005, p. 120
36 CARVALHO, op. cit. 1995. p. 110
37 https://pt.wikipedia.org/wiki/Renascimento
38 CASTELLANI, op. cit. 2005, p. 120
39 CARVALHO, op. cit. 1995. p. 110
40 CASTELLANI, op. cit. 2005, p. 121
41 RODRIGUES, op. cit. 2012. p. 34
42 CASTELLANI, op. cit. 2005, p. 121
43 CARVALHO, op. cit. 1995. p. 110
44 CASTELLANI, op. cit. 2005, p. 121
45 CARVALHO, op. cit. 1995. p. 110
46 COLIN, Dyer F. W. O Simbolismo na Maçonaria. Tradução: Sérgio Cernea. São Paulo : Madras, 2010. p. 27.
47 Idem
48 CARVALHO, op. cit. 1995. p. 110
49 Londres em chamas, Revista História Viva, nº 38, páginas 22 e 23, dezembro de 2006
50 CASTELLANI, op. cit. 2005, p. 121
51 RODRIGUES, op. cit. 2012. p. 37
52 Idem
53 COLIN, Dyer F. W. Op. cit. 2010. p. 27
54 RODRIGUES, op. cit. 2012. p. 37
55 CASTELLANI, op. cit. 2005, p. 121
56 CONCEIÇÃO, op cit., 2006. p. 53
57 RODRIGUES, op. cit. 2012. p. 37
58 https://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_S%C3%A3o_Paulo_(Londres)#cite_ref-Saunders_1-0
59 CASTELLANI, op. cit. 2005, p. 122
60 CONCEIÇÃO, op cit., 2006. p. 52
61 https://pt.wikipedia.org/wiki/Jorge_I_da_Gr%C3%A3-Bretanha
62 CONCEIÇÃO, op cit., 2006. p. 51
63 COLIN, Dyer F. W. Op. cit. 2010. p. 25
64 RODRIGUES, op. cit. 2012. p. 41
65 BAIGENT, Michael. O Templo e a Loja/Michel Baigent e Richard Leigh; tradução Sergio M. Cernea. São Paulo : Madras, 2005. p. 211
66 RODRIGUES, op. cit. 2012. p. 43
67 BAIGENT, op. cit. 2005. p. 211
68 CONCEIÇÃO, op cit. 2006. p. 51
69 Idem.
70 RODRIGUES, op. cit. 2012. p. 45
71 RODRIGUES, op. cit. 2012. p. 46
72 CARVALHO, op. cit. 1995. p. 110

73 DURÃO, João Ferreira. Pequena História da Maçonaria no Brasil. São Paulo : Madras, 2008. p. 13

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