O
Maçom e a Lucidez1
Alisson
Marcos2
RESUMO
O
presente trabalho trata da lucidez. Por se tratar de trabalho
destinado ao “tempo de estudos” maçônico, buscou-se fazer uma
correlação entre a lucidez e o maçom. O trabalho estrutura-se
buscando uma sensibilização do maçom quanto a importância da
lucidez. Analisa-se então o significado e conteúdo etimológico do
vocábulo lucidez. Dedica-se um capítulo a desfazer a confusão de
significados do termo Lúcifer, que tem a mesma raiz etimológica. Em
seguida se explora o mau que a ignorância e a desinformação podem
causar num mundo globalizado como o atual, explica-se então por que
autores tratam a lucidez como uma dor. Em seguida, dedica um tópico
as pseudociências, explica o efeito Forer e fala sobre a importância
de se permanecer alerta. Por fim, apresentam-se dicas práticas e
aplicáveis de comportamentos que buscam a lucidez, presenteando os
persistentes com um inspirador trecho do livro “O Homem Medíocre”.
1.
Introdução
“A
lucidez é um luxo que nem todos se podem permitir”.3
Saudações,
meus IIr.˙.,
a
maçonaria é uma instituição que tem por objetivo que seus membros
combatam a ignorância, a superstição, a tirania. Para
o GOB, a maçonaria tem como lema: “Ciência - Justiça - Trabalho:
Ciência, para esclarecer os espíritos e elevá-los; (...);”.4
Tem como objetivo a investigação da verdade.
Ressalta-se
aí a importância que os maçons devem dar na luta pela verdade. E
é, de fato,
muito importante que queria se combater a
ignorância e a superstição.
Neste
contexto, o presente trabalho, inicialmente
busca mostrar os males da ignorância e sensibilizar o leitor
mostrando a importância de o maçom buscar
constantemente a lucidez pelo
combate
à
superstição e à
ignorância.
Após
breve visita a dicionários para conceituar a “lucidez”,
esta
é explanada e correlacionada
com a maçonaria.
Diante
das confusões apresentadas com o termo Lúcifer (de mesma raiz
etimológica) pretende-se expor e explicar essas confusões, para
depois discutir sobre a desinformação e seus perigos num mundo
hiperconectado.
Em
seguida, é objetivo abordar a temática da lucidez, tratada por
diversos autores como uma dor, um desconforto, uma inquietude,
passando, por fim, a expor em tópicos resumidos, como o indivíduo
pode se tornar lúcido.
Como
um presente para aqueles já despertos para a lucidez transcreve na
íntegra trecho do livro “O Homem Medíocre” de José
Ingenieros.
2.
Sensibilização
“Quanto
mais claro é o conhecimento do homem, quanto mais inteligente ele é,
mais sofrimento ele tem; o homem que é dotado de gênio sofre mais
do que todos.”5
A
ignorância, como se demonstrará, é perigosa. E isto vale para
qualquer área do conhecimento humano. Escolhendo-se, não
aleatoriamente a medicina, Carl Sagan em “O Mundo Assombrado pelos
Demônios” ensina:
As
doenças que outrora vitimavam bebês e crianças têm sido
progressivamente mitigadas e curadas pela , por meio da descoberta do
mundo microbiano, pela compreensão de que os médicos e as parteiras
devem lavar as mãos e esterilizar os seus instrumentos, pela
nutrição, por medidas sanitárias e de saúde pública, pelos
antibióticos, remédios, vacinas, pela descoberta da estrutura
molecular do DNA, pela biologia molecular, e agora pela terapia
genética. Pelo menos no mundo desenvolvido, os pais têm hoje em dia
muito mais chance de ver os filhos atingirem a idade adulta do que
tinha a herdeira do trono de uma das nações mais poderosas da Terra
no final do século XVII. A varíola foi eliminada em todo o mundo. A
área de nosso planeta infestada com os mosquitos transmissores da
malária encolheu drasticamente. O número de anos de expectativa de
vida de uma criança com diagnóstico de leucemia tem aumentado
progressivamente. A ciência permite que a Terra alimente um número
de seres humanos cem vezes maior, e sob condições muito menos
penosas, do que era possível há alguns milhares de anos.6
Há
ainda relatos de cirurgias sem cabimento e sem anestésicos. Os
anestésicos usados, por vezes eram tóxicos como o suco de cicuta e
só pioravam a situação do doente.
Rituais pagãos ou religiosos, sangrias eram usados para buscar cura
e ferro quente para tratamento de hemorroidas.
Não
exclusivamente na medicina, a
ignorância e a superstição escravizaram, mataram e continuam
escravizando e matando, ainda hoje, milhões e milhões de pessoas.
Desde a ignorância acerca da existência de micróbios até a
inquisição. A
tristeza é saber que práticas imbecis persistem mesmo diante de
descobertas científicas que as
desmistificaram. Carl
Sagan expõe que:
Na
Tailândia, as doenças são tratadas com pílulas feitas com a
Escritura sagrada pulverizada. Hoje em dia ainda se queimam bruxas na
África do Sul. As forças australianas da paz no Haiti libertam uma
mulher amarrada a uma árvore; ela é acusada de voar de telhado em
telhado e de sugar o sangue das criancinhas.7
A
OMS estima que, em tribos ainda na África, Oriente Médio e Ásia 80
e 114 milhões de mulheres tiveram seus clitóris extirpados em
rituais de passagens.8
Há
diversas práticas que perderam o sentido diante de descobertas
científicas. Sagan reflete acerca dessas práticas supersticiosas da
seguinte forma:
Você
pode ir ao feiticeiro-curandeiro para que ele desfaça o feitiço que
causa a sua anemia perniciosa, ou tomar vitamina B12. Se quiser
salvar o seu filho da poliomielite, pode rezar ou vacinar. Se está
interessado em saber o sexo da criança antes do nascimento, pode
consultar todas as oscilações do chumbo na linha de prumo
(esquerda/direita, um menino; para frente/para trás, uma menina. ou
talvez seja o contrário), mas elas acertarão, em média, apenas uma
em duas vezes. Se quiser uma precisão real (nesse caso, de 99%),
tente amniocentese e ultrassom. Tente a ciência.
Vê-se,
nestes pequenos exemplos da medicina, a importância de combater a
ignorância. Além de ser um dever imposto ao maçom por juramento,
há muitas outras razões para que o maçom se interesse de fato por
fazê-lo.
A
lucidez é exposta, por diversos autores como uma dor, um fardo. Em
um monólogo que é trecho do filme argentino “Lugares Comuns”9
de 2002 ela é apresentada da seguinte forma:
“A
lucidez é um dom e um castigo. Está tudo na palavra: Lúcido vem de
Lúcifer,
o arcanjo rebelde, o demônio...Mas também se chama Lúcifer
a luz do amanhecer, a primeira estrela, a mais brilhante, a última a
se apagar... Lúcido vem de Lúcifer e Lúcifer vem de Lux e de
Ferous, que quer dizer: aquele que tem luz. Que gera a luz, o que
traz luz e permite a visão interior. O bem e mal, tudo junto. O
prazer e a dor. A lucidez é dor e o único prazer que podemos
conhecer, a única coisa que se parecera remotamente com a alegria,
será o prazer de ser consciente da própria lucidez. O silêncio da
compreensão, o silêncio do mero estar. E nisso se passam os anos. E
nisso se foi a bela alegria animal.”10
Se
causar estranheza ou mesmo choque a origem etimológica – Lucidez
advém de Lúcifer – será necessário manter a mente um pouco mais
aberta: “the
mind that opens up to a new idea never returns to its original
size.”11
A
reflexão acerca
da
relação
entre lucidez
e o privilégio
de ser maçom é
evidente quando, ao receber a luz
da
sabedoria, o
neófito tem
diante de si o fardo e a responsabilidade
de agir de forma mais virtuosa.
A
luz
revela o
próprio maçom como um ser defeituoso
e o
desperta
para
o dever
de esquadrinhar a pedra bruta. Este esquadrinhar, deve ser traduzido
em atos e é uma imposição pelo
simples fato de conhecer
a virtude e o vício e ter escolhido o caminho luminoso.
Esse
trabalho é um apelo para que todos despertem para a dor da lucidez.
A
propósito, por curiosidade, novamente
Carl
Sagan diz que: “Podem
assumir qualquer forma, e sabem muitas coisas - “demônio”
significa “conhecimento” em grego -, especialmente sobre o mundo
material”.12
A
dor da lucidez e do conhecimento deve ser devastadora, mas o que é a
Lucidez?
3.
Conceitos
“Sou
louco porque vivo em um mundo que não merece minha lucidez”13
Mas,
o que é a Lucidez?
Dicionários
apresentam ela da seguinte forma:
lucidez:
“s.f.
Estado da pessoa lúcida, que compreende bem, que expressa suas
ideias com clareza, que utiliza perfeitamente suas faculdades
mentais: (...)
Clareza; grande percepção; capacidade para entender ou se expressar
claramente: (...)”.14
lucidez:
lu.ci.dez,
sf
Lucidez,
claridade, transparência, consciência, perspicácia.15
Do
ponto de vista etimológico, Lucidez ou lúcido, vem de Lux.
La
palabra lucidez
(claridad y rapidez mental) viene del sufijo – ez (cualidade) sobre
la palabra “lúcido”
y
esta del latín lucidus
= “cualidade de claro”. Ver. Lucir,
espléndido
y además a niñez.16
Este
fato será mais explorado à seguir.
Esta
clareza, em tese, deve torná-lo capaz de cumprir a árdua tarefa de
separar a verdade das mentiras, da especulação e da superstição.
3.
Da Lucidez na maçonaria
“O
mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que
fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal
acontecer.”17
Anteriormente
comentou-se que a
luz
expõe
os defeitos humanos e desperta
o dever de esquadrinhar a pedra bruta. Como
já se citou, é tarefa árdua separar
a verdade da mentira.
A
lucidez
se encaixa perfeitamente na alegoria maçônica, se considerarmos a
sua origem etimológica “Lux” e lembrarmos que o neófito à
recebe na sua iniciação.
A
partir daí, no entendimento deste autor, diante dos lemas adotados
pela maçonaria, bem como pelos inimigos que ela escolhe combater, o
maçom passa a ter o dever de buscar o conhecimento e a lucidez.
Parecendo
este um fato livre de controvérsias, explorar-se-á, neste capítulo
uma confusão com o termo Lucífer, que tem a mesma origem
etimológica de Lúcifer. Esta confusão surgiu num trecho de Moral e
Dogma, que é literatura famosa da maçonaria, do Ir.'. Albert Pike e
que parte
intencionalmente, parte por ignorância, transformou-se, por algum
tempo em motivo de descrédito para a maçonaria.
Buscaremos,
portanto
explicar essa curiosa confusão que envolve a citação de Pike.
Na
reestruturação do Rito Escocês Antigo e Aceito, Albert Pike faz
menção a Lúcifer o trecho que se segue trata de esclarecer
confusões acerca do ocorrido.
Conforme
o maçom Kennyo Ismail18,
é comum atribuir-se a Pike diversas frases que não constam em suas
obras. Como exemplo, na obra Occult Theocrasy, de Lady Queenborough
(cujo nome verdadeiro é Edith Star Miller), é erroneamente
atribuído a Pike o seguinte trecho:
Sim,
Lúcifer é Deus, e infelizmente, Adonai também é Deus… a
doutrina do satanismo é uma heresia; e a religião pura e verdadeira
é a crença em Lúcifer, que é igual a Adonai; mas Lúcifer, Deus
da Luz, Deus do Bem, está lutando em favor da humanidade contra
Adonai, o Deus das Trevas e do Mal.
Esse
é somente um, do vasto rol exemplificativo de atentados desonestos
que, sob um escrutínio mais apurado, são classificados como
bobagem.
É
fato que na obra de Pike, por diversas vezes, há menções quanto a
facilidade com que as pessoas culpam o diabo por erros que elas
cometem.
Pike
apud Ismail19
pontua:
“O
Apocalipse é, para aqueles que recebem o Grau XIX, a Apoteose
daquela Sublime Fé que aspira a Deus somente, e despreza todas as
pompas e obras de Lúcifer. Lúcifer, o portador da Luz! Nome
estranho e misterioso a dar ao Espírito das Trevas! Lúcifer, Filho
da Manhã! É ele quem traz a luz, e com seus esplendores
intoleráveis engana almas fracas, sensuais ou egoístas? Não
duvide! Tradições estão cheias de Revelações Divinas e
Inspirações: e Inspiração não é de uma idade nem de um credo.
Platão e Philo, também, foram inspirados.”
“É
por Sua Palavra pronunciada que Deus se revela a nós, não só na
criação visível e invisível, mas intelectual, mas também em
nossas convicções, consciência e instintos. Por isso, é que
certas crenças são universais. A convicção de todos os homens que
Deus é bom levou a uma crença em um diabo, o Lúcifer caído ou
portador de Luz, Shaitan, o adversário, Ahriman e Tuphon, como uma
tentativa de explicar a existência do Mal, e torná-lo compatível
com o Infinito poder, Sabedoria, e benevolência de Deus.”
Kennyo
Ismail20
faz a seguinte análise irretocável e que merece ser exposta na
íntegra.
Esse
trecho é um dos preferidos dos fanáticos de plantão, que
aproveitam da forma romanceada e formal com que Albert Pike escrevia
e, retirando totalmente o trecho do seu contexto histórico e
literário, tratam de realizar interpretação torta e equivocada,
explorando ainda o pouco conhecimento que os leigos têm da Bíblia.
Albert
Pike, cristão como era, afirma que sim, Lúcifer existe, não sendo
apenas uma tradição antiga e religiosa. Para tanto, defende que
tradições estão cheias de revelações divinas e inspirações,
independente de época e credo, dando como exemplos Platão e Philo.
Não
há no texto qualquer exaltação a Lúcifer. Pelo contrário: todos
os termos usados são bíblicos. Lúcifer significa “Portador da
Luz” (Lucem Ferre), enquanto que a própria Bíblia se refere a
Lúcifer como “Estrela da Manhã” e “Filho da Manhã” (Isaías
14:12). Já o termo “esplendor intolerável” é comumente usado
para se referir aos arcanjos: Miguel, Gabriel, Rafael e Lúcifer
(tradição judaico-cristã), além de Azrael (tradição islâmica).
Faz-se
ainda a seguinte análise de outro trecho de Pike21:
Para
os Iniciados, ele não é uma Pessoa, mas um Força criada para o
bem, mas que pode servir o mal. É o instrumento da Liberdade ou
Livre Arbítrio. Estes representam esta Força, que preside sobre a
geração física, sob a forma mitológica e cornuda do DEUS PAN. E
daí veio o bode do Sabbat, irmão da Antiga Serpente, e o condutor
da Luz, ou Substância Fosforescente, do qual os poetas fizeram o
falso Lúcifer da lenda. [grifo nosso]
Verifica-se
que Pike, conhecia a confusão do termo Lucífer e compartilhava do
entendimento do autor de que, a Iniciação dá a Luz (lucidez) na
forma de conhecimento, dando a ele a possibilidade de fazer o que bem
queira dela. A Luz que tira o neófito da ignorância é esta força
a que Pike se refere e que lhe dá o livre arbítrio para praticar o
bem ou o mal.
Lógico
que, na mesma iniciação, exercitamos o livre arbítrio nos
comprometendo, por juramentos, escolhendo o caminho virtuoso da Luz.
Aí está o fardo que o maçom escolheu.
No
capítulo a seguir, será explorada de forma mais aprofundada as
confusões do vocábulo Lúcifer e a metáfora do Anjo Caído, o
Senhor das Trevas Bíblico.
4.
Confusões com o vocábulo “Lúcifer”
A
lucidez perigosa22
Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.
Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.
Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.
Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.
-
em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.
Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém.
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.
Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém.
Lúcifer,
para diversos teólogos refere-se a estrela da manhã (Vênus), e por
equívocos (ou de tradução ou de interpretação) passou a ser
tratado como um sinônimo do diabo ou satanás.
A
alegoria bíblica do anjo caído23
é uma das possíveis fontes da confusão como
se vê
em Isaías, 14:12-14
Como
caíste desde o céu, ó Lúcifer, filho da alva! Como foste cortado
por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu
coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o
meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do
norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao
Altíssimo.
Este
trecho na verdade não se refere ao anjo caído, mas, a arrogância
do rei da Babilônia que visava ser tão poderoso quanto Deus.
No
Encyclopedic Theosophical Glossary24
Lucifer
(Latin)
Light-bringer [cf Greek Phosphoros;
or Eosphoros
dawn-bringer];
the planet Venus, the morning star. Lucifer is light bringer to
earth, not only physically as the brightest of the planets, but in a
mystical sense also. In mysticism he is the chief of those minor
powers or logoi who are said to rebel against high heaven and to be
cast down to the bottomless pit — the so-called war in heaven and
the fall of the angels. This allegory is found also in the legend
concerning Prometheus, in the Hindu Mahasura who rebels against
Brahma and is cast by Siva into patala, and in the Scandinavian Loki.
In the cyclic sweep of evolution, spirit has first to descend or
become involved in differentiation and in the worlds of matter, so
that worlds and beings may be brought forth and evolved. The logoi
who thus bring the light may allegorically be said, like Prometheus,
to steal the fire, and their assertion of divine free will may be
construed into an act of evolutionary rebellion; yet such is their
karmic function as well as duty.
Lucifer
has been transformed in later Occidental theology into a synonym for
the Evil One or the Devil. If the god Jehovah were the highest
divinity, which this Jewish tribal deity is not, then any power
withstanding him must necessarily be considered to be his adversary;
and in the same way the teaching as to the immanent Christ, not only
in the world but in each individual person, not being altogether
agreeable with the doctrine of salvation by faith in an external
savior, became transformed into the Tempter inspiring man to sinful
rebellion against God. Lucifer in a very true sense stands for the
self-conscious mind in man, which is at once tempter and enlightener
— tempter in its lower aspects and enlightener and inspirer in its
higher.
O
trecho explica que o termo Lúcifer significa o portador da luz, o
planeta Vênus, a estrela da manhã.
E
aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles
que não podiam escutar a música.25
5.
Teorias da Conspiração num mundo hiperconectado
Teorias
da conspiração se espalham de modo muito fácil. O homem nunca
esteve na lua, Illuminatti, Priorado de Sião, Zika vírus é
patenteado pela fundação Rockfeller, manga com leite faz mal, são
só alguns dos boatos que se tornaram célebres.
Muitos
deles são inocentes como passar Vick Vaporub nos pés, porém outros
são muito sérios e causam consequências trágicas como aconteceu
em 05 de maio de 2014 o linchamento até a morte de Fabiane Maria de
Jesus por um boato de que a mulher sequestrava crianças para rituais
de magia negra no Guarujá – SP.26
O
Fórum de Davos de 2013, pesquisando os riscos globais dessa era,
apontou o risco de “cyberincêndio” através da divulgação de
mensagens falsas nas redes sociais ou outros meios digitais.
Para
os analistas do WEF, um “cyberincêndio” pode ser detonado a
partir da divulgação de notícias falsas, seja em redes sociais,
sites ou outros meios digitais, que podem atingir governos e sistemas
financeiros de todo o mundo. Desde quando H.G.Wells provocou em 1938
um ataque de pânico geral ao transmitir no seu programa de rádio a
suposta invasão da Terra por naves alienígenas, até as
manifestações e confrontos desencadeados pela publicação de um
filme crítico ao Islã no YouTube em 2012, está mais do que
comprovado o poder que a informação tem sobre o comportamento das
pessoas.27
O
Fórum chega a listar informações falsas na internet, como uma das
maiores ameaças à civilização moderna, na mesma categoria do
terrorismo. Um dos pontos de partida para os boatos são normalmente
conjunturas nas quais não há uma solução clara ou uma causa
aparente para uma situação. Como, por exemplo, a conexão ainda não
explicada pela ciência entre zika vírus e microcefalia. Isso gerou
o boato muito compartilhado, pelo qual um lote de vacina (vencida)
contra a rubéola poderia estar causando a microcefalia. Neste caso,
uma leitura mais crítica notaria que o boato nunca cita número do
lote de vacinas, nem dá dados precisos. Ainda, uma pesquisa um pouco
mais aprofundada mostraria que grávidas não são vacinadas contra a
rubéola.
Tais
boatos dão a noção ao seu disseminador de que ele sabe mais que os
outros, tornando-o “influente” através da disseminação de
mentiras, podendo ensejar a sensação de que ele pode controlar as
pessoas. Como diria Bertrand Russell: “o problema do mundo é que
tolos e fanáticos estão sempre cheios de convicção, enquanto
sábios estão sempre cheios de dúvidas.”
Thabo
Mbeki, quando presidente da África do Sul, acreditou no boatos de
que a AIDS não era causada pelo vírus HIV. A consequência foi
trágica, causando a morte de 330.000 pessoas por HIV28.
Infelizmente,
para piorar o cenário, conforme demonstrado por pesquisa de um grupo
italiano, verificou-se que as postagens sobre teorias da conspiração
são mais lidas e recomendadas do que postagens de ciência. Por
isso, diante da constatação desta pesquisa, há mais canais de
Youtube, Facebook ou Twiter interessados em publicar ou replicar
publicações deste tipo. Elas rendem mais cliques e consequentemente
mais dinheiro.
Em
regra, pode-se verificar que indivíduos que compartilham textos
errados não consomem nem acreditam na informação de outras fontes.
É muito mais fácil acreditar em teorias da conspiração e mitos
que apontam culpados do que pesquisar ou ouvir uma verdade mais
tediosa ou explicações mais complexas da ciência.
6.
A Dor da Lucidez.
“Lúcido
deve ser parente de lúcifer
a
faculdade de ver deve ser coisa do demônio
lucidez
custa os olhos da cara”29
Durante
as pesquisas, o autor se deparou com diversas citações que levavam
a entender que o conhecimento, a lucidez, a sabedoria são um fardo
doloroso. Continuando as pesquisas, foram encontradas também
críticas severas a ignorância e exaltando a sabedoria. “Não
há nada mais terrível que a Ignorância”(Goethe,1749-1832); -“Se
me perguntar o que é a morte! Respondo-te: a verdadeira morte é a
Ignorância. Quantos mortos entre os vivos!” (Pitágoras, 582-497,
AC); -“A diferença entre um homem sábio e um homem ignorante é a
mesma entre um homem vivo e um cadáver.” (Aristóteles, 384-322,
AC); -“Dar conselhos a um homem culto é supérfluo; aconselhar um
ignorante é inútil.” (Sêneca, 65-2, DC); -“A sabedoria e a
razão, falam; a ignorância ladra.” (Arturo Graf, 1848-1913);
-“Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância.”(Luther
King,1968); -“O tolo, quando erra, queixa-se dos outros; o sábio
queixa-se de si mesmo.” (Sócrates, 469-399, AC).
Se
a ignorância é tão criticada e a lucidez é um fardo, qual o
melhor caminho? Ora, senhores, o autor resolve então questionar-se,
por que a Lucidez seria um fardo?
O
conhecimento, a lucidez, são um fardo quando a pessoa ganha a
responsabilidade de fazer o correto. Se a pessoa é ignorante em
primeiros socorros e se depara com um acidente, pode até ter a boa
vontade de ajudar um acidentado, porém poderá até prejudicá-lo.
Por outro lado, se a pessoa é um médico ou um socorrista treinado,
não conseguirá ficar tranquilo se não interceder e somente ficar
olhando um leigo no assunto causando mais mal do que bem.
Por
outro lado, por vezes, o conhecimento adquirido só nos dá
consciência da ignorância que nos cerca, sem nos dar poder, para
sozinhas, corrigi-la. Parece que aí está a dor da lucidez. Lucidez
é dor por que se toma consciência do quanto a ignorância faz mal e
o quanto ela está presente. Neste mundo ignorante, ter
lucidez é uma dor, exercê-la é ter culhões.
7.
Pseudociências
Em
2003 o filme 21 Gramas popularizou a ideia de que a alma teria
peso. Esta evidência teria sido apresentada em uma experiência
realizada pelo médico Duncan MacDougall (1866-1920), em
Massachusetts, EUA em 1907.30
O estudo fora publicado no New York Times no dia 16 de outubro de
1920 com o título “Ele pesou a alma humana”.
Mas
o peso registrado nos outros pacientes foi diferente. O segundo teria
perdido 46 gramas. O terceiro, 14 gramas e, alguns minutos depois,
mais 28. Com outro, o ponteiro da balança desceu e depois subiu de
novo. Segundo o médico, a diferença tinha a ver com o temperamento
de cada um. “Um dos homens era apático, lento no pensamento e na
ação. Nesse caso, acredito que a alma ficou suspensa no corpo,
depois da morte, até se dar conta de que estava livre.”
31
Além
disso, o mesmo médico teria então sacrificado quinze cães e
verificado que os seus pesos não se alteravam concluindo assim que
os animais não possuíam alma. Lógico, não?
Não!
Ele deixara de considerar que os cães se refrigeram pela respiração
ofegante, pois não suam como os humanos. O que poderia explicar o
fato de eles não terem alteração de peso, diferente do que
ocorrera com os humanos.
Mas,
este é um caso típico em que aquilo que nos conforta acaba
sobrepondo uma verdade. Esse
fenômeno é explicado pelo fato do ser humano gostar muito de fazer
perguntas, mas não de não saber as respostas. Por isto
historicamente a humanidade criou mitos para unificar povos ou para
explicar fenômenos meteorológicos e astronômicos.
Outra
explicação para a disseminação de boatos de forma irresponsável
é a questão da polarização. Isto é, quanto mais uma explicação
for alinhada com o que o receptor da informação acredita, mais
fácil é acreditar nela, mesmo que sejam completas mentiras. 32
André
Souza, do canal Youtube
'Cognando', ainda
comenta sobre a chamada “fluência de processamento”, que se
refere a como as pessoas simpatizam com explicações mais simples do
que as verdades mais complexas. Um dos caminhos para isso é a
confiança.
Com
o sentimento de confiança acontece a mesma coisa. Quando temos a
sensação de “facilidade” para processar certas informações,
tendemos a confiar mais nessas informações, mesmo que elas não
sejam corretas, ou não faça nenhum sentido racional acreditar
nelas.
Um
estudo muito bacana realizado na Universidade de Chicago, nos Estados
Unidos mostra isso muito bem. Shiri
Lev-Ari e
Boaz
Keysar pediram
aos participantes da pesquisa que escutassem umas frases que alguém
os diria. Após escutarem as frases, eles teriam que marcar em uma
escala de 1 a 7 se eles acreditavam ou não nas frases (1
– não acredito e
7
– acredito).
As frases eram informações de conhecimento geral (por exemplo: uma
girafa consegue ficar mais tempo sem água do que um camelo).
As pessoas que falavam as frases ou eram falantes nativos da língua
inglesa ou eram falantes não-nativos (falantes com sotaque
estrangeiro).
O
resultado foi o seguinte: os participantes acreditram mais nos
falantes nativos do que nos falantes estrangeiros. Em outras
palavras: o sotaque dos estrangeiros foi confundido com falta de
confiança. No entanto, alguém pode pensar assim: ora, vai ver que
eles acreditaram nos nativos não por causa da falta de sotaque, mas
simplesmente por que norte-americano, em geral, só confia em
norte-americano. Essa poderia ser uma explicação plausível. Porém,
no experimento, os pesquisadores avisaram os participantes que as
pessoas que falariam as frases estavam apenas repassando uma
informação fornecida por um falante nativo (um norte-americano).
Mas mesmo assim, os participantes confiaram mais nos falantes sem
sotaque.
Bom,
mas o resultado mais interessante foi outro. No segundo experimento,
os pesquisadores avisaram aos participantes sobre o fato de que “o
sotaque de alguém pode influenciar o nível de confiança deles na
pessoa”. Em outras palavras, os participantes tinham agora
consciência desse problema e “poderiam” então corrigir e
procurar não “deixar de confiar” na pessoa só por causa do
sotaque. No entanto, isso não aconteceu. Mesmo sabendo que o sotaque
não tem nada a ver com a veracidade da informação, os
participantes confiaram mais nos falantes nativos do que nos falantes
com sotaque.33
Outra
explicação foi elaborada em 1948 por Bertram R. Forer e ficou
conhecida como efeito Forer ou efeito Barnum.34
Forer
deu a cada um de seus alunos um teste de personalidade. Depois, ele
disse que cada aluno receberia uma análise única e individual
baseada nos resultados dos testes, e que eles deveriam avaliar a
precisão da análise em uma escala de 0 (muito ruim) a 5 (muito
boa). Na verdade, todos os alunos receberam o mesmo texto:
Você
tem uma necessidade de ser querido e admirado por outros, e mesmo
assim você faz críticas a si mesmo. Você possui certas fraquezas
de personalidade mas, no geral, consegue compensá-las. Você tem uma
capacidade não utilizada que ainda não a tomou em seu favor.
Disciplinado e com auto-controle, você tende a se preocupar e ser
inseguro por dentro. Às vezes tem dúvidas se tomou a decisão certa
ou se fez a coisa certa. Você prefere certas mudanças e variedade,
e fica insatisfeito com restrições e limitações. Você tem
orgulho por ser um pensador independente, e não aceita as opiniões
dos outros sem uma comprovação satisfatória. Mas você descobriu
que é melhor não ser tão franco ao falar de si para os outros.
Você é extrovertido e sociável, mas há momentos em que você é
introvertido e reservado. Por fim, algumas de suas aspirações
tendem a fugir da realidade.
Em
média as avaliações receberam nota 4,26, mas somente depois de
receber essas notas Forer revelou que cada aluno tinha recebido o
mesmo texto, montado com frases de diversos horóscopos. Como pode
ser observado no texto, algumas frases se aplicam igualmente a
qualquer pessoa.
Estas
explicações obrigam a todos que fiquem alertas. O verdadeiro e
sedutor demônio da ignorância habita em no âmago de cada um. A
realidade, por vezes é dura e não vai de acordo com aquilo que se
gostaria de ouvir. Em contrapartida, com a guarda baixa por um motivo
ou outro, é fácil que se acredite em mentiras agradáveis ou que se
alinham com aquilo que o indivíduo acredita.
Se
aquilo que você espera que fosse verdade for refutado por fatos,
seja humilde, mude de ideia, não há mal nenhum nisso.
“Em
ciência, frequentemente acontece que os cientistas digam, “Sabe,
esse é um argumento bom mesmo; minha posição está errada”, e
então mudam mesmo de ideia e você nunca mais ouve aquela visão
antiga. Isso acontece mesmo. Não tão frequentemente como deveria,
porque os cientistas são humanos e a mudança às vezes é
dolorosa.”35
Por
mais dolorosa que a verdade possa ser ela acabará prevalecendo.
No
decorrer do texto foram levantadas diversos argumentos pró-Lucidez e
conta a ignorância. Como, porém, aplicá-las na prática? O tópico
seguinte se dedicará a responder essa questão.
8.
Exercendo a Lucidez
A
lista que se segue são algumas sugestões bem resumidas pelo autor
que ajudarão o leitor na busca pela lucidez e um pensamento mais
racional.
- Inspire e inspire as crianças a estudarem. No documentário apresentado por Carl Sagan, na década de 1980. A ciência foi apresentada de forma acessível e inspiradora, transformando teorias complexas em contos tão simples que uma criança seria capaz de entender. A série foi responsável por inspirar muitas crianças a se interessarem pela ciência. Inspirar as gerações vindouras garantirá um futuro melhor para a humanidade.
- Estude também. O melhor incentivo é o exemplo. Estude! Desde o surgimento da Internet, vivemos num período em que não precisamos parar de estudar logo depois de sair da escola. Você verá que, se num primeiro momento ler ou estudar parece um sacrifício, o mundo que se descortina é muito mais interessante e essa recompensa transformará a leitura e estudo em algo prazeroso.
- Leia a informação completa. É comum as pessoas não lerem toda a informação e em seguida perguntar coisas que já saberiam se o tivessem feito.
- Na sua lista de livros por ler, inclua livros que não sejam ficção. Mais especificamente livros que tratem de assuntos científicos, mesmo que traduzido em termos leigos.
- Absorva conhecimento de outras fontes. As fontes de informações hoje são múltiplas. Procure nas mídias sociais e encontrará gente séria discutindo temas sérios.
- Investigue antes de compartilhar. Não seja um disseminador de desinformação. Duvide, conteste, pesquise, procure a fonte. Quando a notícia te alegrar demais, desconfie mais ainda, você pode estar sendo movido pelas suas convicções. Busque sempre os fatos.
Descobrir
a gota ocasional de verdade no meio de um grande oceano de confusão
e mistificação
requer vigilância,
dedicação
e coragem. Mas, se não
praticarmos esses hábitos
rigorosos de pensar, não
podemos ter a esperança
de solucionar os problemas verdadeiramente sérios
com que nos defrontamos - e nos arriscamos a nos tornar uma não
de patetas, um mundo de patetas, prontos para sermos passados para
trás
pelo primeiro charlatão
que cruzar o nosso caminho.36
- Se interesse por múltiplos assuntos em diversas áreas. Se alguém está falando sobre um assunto e você não sabe muito sobre aquilo, vá pesquisar. Se interesse por filosofia, biologia, matemática, física. Você se tornará uma pessoa mais interessante.
- Aprenda a usar palavras-chave. Elas se converterão na pergunta certa que você deve fazer no Google37 (por exemplo) lhe dando uma resposta confiável.
- Não há mal nenhum em mudar de opinião. Argumento comum na ciência. Só ocorre com frequência no cotidiano de quem é humilde.
- Você pode tudo. Tenha culhões. Aceite desafios. Você pode aprender qualquer coisa. Seu cérebro está preparado para isso.
9.
Aos apaixonados que já despertaram para a Lucidez.
“A
ignorância é a noite (escuridão) da Mente!”38
Para
aqueles que sentem o desconforto da dúvida e se alegram frente a
grandes obras, destaca-se trecho de “O Homem Medíocre” de José
Ingenieros, que mexeu com o brito deste autor e que despertou para
uma inquietude que o move para o labor diário do estudo e o prazer
do conhecimento.
“1.
A emoção do ideal
Quando
colocamos a proa visionária na direção de uma estrela qualquer e
nos voltamos às magnitudes inalcançáveis, no afã de perfeição e
rebeldes à mediocridade, levamos dentro de nós, nesta viagem, a
força misteriosa de um ideal. É um fogo sagrado, capaz de nos levar
às grandes ações. É necessário, todavia, que o tenhamos sempre
sob nossa custódia. Pois, se o deixarmos apagar, não se acende
jamais. Se tal força morrer dentro de nós, ficaremos simplesmente
inertes; não passamos, neste caso, da mais gelada bazófia humana.
Na verdade, apenas vivemos por causa desta partícula de sonho que
colocamos sobre o real. Ela é, com propriedade, a flor-de-lis de
nosso brasão, o penacho de nosso temperamento. Inumeráveis signos a
revelam: aperta-nos a garganta quando nos recordamos da cicuta
imposta a Sócrates, da cruz erguida por Cristo e da fogueira acesa a
Giordano Bruno; abstraímo-nos no infinito quando lemos um diálogo
de Platão, um ensaio de Montaigne ou um discurso de Helvécio;
quando nosso coração estremece pensando na desigual fortuna destas
paixões, nas quais fomos, alternadamente, o Romeu de tal Julieta e o
Werther de tal Carlota; quando nossos sentidos gelam de emoção ao
declamarmos uma estrofe de Musset, que surpreendentemente rima de
acordo com nosso sentir; quando, finalmente, admiramos a mente
preclara dos gênios, a sublime virtude dos santos, a magna façanha
dos heróis, inclinamo-nos com igual veneração diante dos criadores
da Verdade ou da Beleza.
Nem
todos, é preciso que se diga, extasiam-se diante de um crepúsculo,
sonham frente à aurora ou se arrepiam na eminência de uma
tempestade. Nem tampouco gostam de passear com Dante, rir com
Moliére, tremer com Shakespeare ou assombrar com Wagner; nem mesmo
emudecem diante de David, da Ceia ou do Partenón. É para poucos
essa inquietude de perseguir avidamente alguma quimera, venerando
filósofos, artistas e pensadores que fundiram em sínteses supremas
suas visões do ser e da eternidade, voando para o além do real. Os
seres desta estirpe, cuja imaginação é povoada de ideais e cujo
sentimento polariza em direção a eles toda a personalidade, formam
uma raça distinta dentro da humanidade: são idealistas.
Definindo
nossa própria emoção, poderíamos dizer, com aqueles que se sentem
poetas: o ideal é um gesto do espírito em direção a alguma
perfeição.”39
Referências
BESSI,
Alessandro; COLETTO, Mauro; DAVIDESCU, George Alexandru; SCALA,
Antonio; CALDARELLI, Guidu; QUATTROCIOCCHI, Walter. Science vs
Conspiracy: Collective Narratives in the Age of Misinformation.
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Redação
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Acesso em: 26 fev. 2016.
Lista
de links pesquisados:
Lista
de vídeos recomendados
MINUTOS
PSÍQUICOS – A sua memória é boa? Vídeo disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=OkUGmvQ_Snc
Acesso em: 20 mai 2016.
NERDOLOGIA
– Como Funciona a Homeopatia? Vídeo disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=26AgMFsh-98
Acesso em: 26 fev 2016.
NERDOLOGIA
– Fosfoetanolamina. Vídeo disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=RM77fAQpeTQ
Acesso em: 12 mar 2016.
NERDOLOGIA
– O computador ou o cérebro, quem é o mais potente? Vídeo
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=F6XGm0W0xQc
Acesso em 12 jun 2016.
NERDOLOGIA
– Por que o Mertiolate não arde mais? Vídeo disponível
em:
https://www.youtube.com/watch?v=A-jIUPEqYdw
Acesso em 12 mar 2016.
NERDOLOGIA
- Teoria da Conspiração. Vídeo disponível em:
https://youtu.be/meLRzQr8e6s.
Acesso em: 26 fev 2016.
Motivação
(Inspiração) - Clovis de Barros Filho. Vídeo disponível em:
https://youtu.be/q4E8g9L2PK4
Acesso em: 02 mai 2016.
1Trabalho
elaborado para o Tempo de Estudos do grau de Aprendiz.
2Mestre
Maçom.
3José
Saramago.
4http://www.gob.org.br/index.php?c=4626
5
Arthur Schopenhauer.
6SAGAN,
Carl – O Mundo Assombrado Pelos Demônios: Disponível em:
http://www.reaabanne2013.com.br/anaisadmin/uploads/trabalhos/trabalho_000720_1372816005.pdf
p. 43
7SAGAN,
Carl – O Mundo Assombrado Pelos Demônios: Disponível em:
http://www.reaabanne2013.com.br/anaisadmin/uploads/trabalhos/trabalho_000720_1372816005.pdf
p. 23
8http://super.abril.com.br/ciencia/a-retirada-do-clitoris-e-comum-na-africa
9Coincidentemente
ou não, no início da cena selecionada, há um portão aberto pelo
homem. No portão, está uma tábua com as cores da bandeira
francesa e o número 1789. 1789 é o ano da Revolução Francesa que
tem como lema “Liberdade, Igualdade, Fraternidade). Lema que foi,
mais tarde, adotado pela maçonaria.
10Monólogo
subtraído do filme Lugares Comuns (2002) Fonte:
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:pohSNZruXucJ:fronteiraaberta.blogspot.com/2011/05/dor-da-lucidez_16.html+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
11Em
tradução livre:“A mente que se expande para uma nova ideia nunca
mais retorna ao seu tamanho original”. Albert Einstein
12SAGAN,
Carl – O Mundo Assombrado Pelos Demônios: Disponível em:
http://www.reaabanne2013.com.br/anaisadmin/uploads/trabalhos/trabalho_000720_1372816005.pdf
p. 106
13Frase
atribuída a Bob Marley
14http://www.dicio.com.br/lucidez/
15http://michaelis.uol.com.br/escolar/espanhol/definicao/espanhol-portugues/lucidez_23199.html
16http://etimologias.dechile.net/?lucidez
17Albert
Einstein
18ISMAIL,
Kennyo. Desvendando
a Obra: “Moral e Dogma” de Albert Pike Esquadrando:
“Moral e Dogma” de Albert Pike. 20 abr 2012. Disponível em:
http://www.noesquadro.com.br/2012/04/esquadrando-moral-e-dogma-de-albert-pike.html
Acesso em: 09 nov 2015.
19ISMAIL,
Op. Cit.
20ISMAIL,
Op. Cit.
21PIKE,
Albert. Moral e Dogma do Rito Escocês Antigo e Aceito da
Maçonaria. Trad. Ladislau Fuchs. São Paulo, Livraria Maçônica
Fuchs, 2002.
22Poema
de Clarice Lispector
23
Na teologia cristã, o anjo caído é um anjo que ambicionava maior
poder e por isso entregou-se às trevas e ao pecado.
24
PURUCKER,
Gottfried,
ed. (1999). Encyclopedic
Theosophical Glossary.
Theosophical University Press. ISBN
978-1-55700-141-2.
26http://noticias.r7.com/sao-paulo/mulher-foi-espancada-ate-a-morte-no-guaruja-por-causa-de-boato-na-internet-07052014
27BT
Let's Talk.
Davos
2013 – um mundo hiperconectado e os seus riscos de cyberincêndio.
Disponível
em:
https://letstalk.globalservices.bt.com/pt/2013/01/davos-2013-um-mundo-hiperconectado-e-os-seus-riscos-de-cyberincendio/.
Acesso em: 26 mai 2016.
28The
Guardian: Mbeki Aids policy 'led to 330,000 deaths'. 27
nov 2008. Disponível em:
http://www.theguardian.com/world/2008/nov/27/south-africa-aids-mbeki,
Acesso em: 26 fev. 2016.
29Poema
de Viviane Mosé
30PIGLIUCCI,
Massimo.
Será
que a alma pesa 21 gramas?
Universo Racionalista. 19 out 2014. Disponível em:
http://www.universoracionalista.org/sera-que-a-alma-pesa-21-gramas/
Acesso em: 14 jun 2016.
31Redação
Super Interessante. O Peso da Alma. Revista
Super Interessante, Ed. 198, Mar. 2004. Disponível em:
http://super.abril.com.br/ciencia/o-peso-da-alma
Acesso em 14 jun 2016.
32Faz-se
míster a leitura acerca do Efeito Forer ou Efeito Barnum.
33SOUZA,
André L. De onde vem a falta de confiança.
4 fev 2011. Disponível em:
http://scienceblogs.com.br/cognando/2011/02/de-onde-vem-a-falta-de-confianca/.
Acesso em: 26 fev 2016.
34https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_Forer
35SAGAN,
Carl. The Burden of Skepticism. Te Hundreth Mokey: And
Other Paradigms of the Paranormal, p. 1, 1987. (tradução nossa).
36SAGAN,
Carl – O Mundo Assombrado Pelos Demônios: Disponível em:
http://www.reaabanne2013.com.br/anaisadmin/uploads/trabalhos/trabalho_000720_1372816005.pdf
p. 43
37Através
de algoritmos como o PageRank, que mede a importância de uma página
contabilizando a quantidade e qualidade de links apontando para ela,
o Google refina a busca que você está fazendo.
38Confúcio,
551 – 478, AC
39Início
do livro “Homem Medíocre” de José Ingenieros.
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