terça-feira, 23 de agosto de 2016

O Maçom e a Lucidez

O Maçom e a Lucidez1
Alisson Marcos2
RESUMO
O presente trabalho trata da lucidez. Por se tratar de trabalho destinado ao “tempo de estudos” maçônico, buscou-se fazer uma correlação entre a lucidez e o maçom. O trabalho estrutura-se buscando uma sensibilização do maçom quanto a importância da lucidez. Analisa-se então o significado e conteúdo etimológico do vocábulo lucidez. Dedica-se um capítulo a desfazer a confusão de significados do termo Lúcifer, que tem a mesma raiz etimológica. Em seguida se explora o mau que a ignorância e a desinformação podem causar num mundo globalizado como o atual, explica-se então por que autores tratam a lucidez como uma dor. Em seguida, dedica um tópico as pseudociências, explica o efeito Forer e fala sobre a importância de se permanecer alerta. Por fim, apresentam-se dicas práticas e aplicáveis de comportamentos que buscam a lucidez, presenteando os persistentes com um inspirador trecho do livro “O Homem Medíocre”.

1. Introdução

A lucidez é um luxo que nem todos se podem permitir”.3

Saudações, meus IIr.˙., a maçonaria é uma instituição que tem por objetivo que seus membros combatam a ignorância, a superstição, a tirania. Para o GOB, a maçonaria tem como lema: “Ciência - Justiça - Trabalho: Ciência, para esclarecer os espíritos e elevá-los; (...);”.4 Tem como objetivo a investigação da verdade.
Ressalta-se aí a importância que os maçons devem dar na luta pela verdade. E é, de fato, muito importante que queria se combater a ignorância e a superstição.
Neste contexto, o presente trabalho, inicialmente busca mostrar os males da ignorância e sensibilizar o leitor mostrando a importância de o maçom buscar constantemente a lucidez pelo combate à superstição e à ignorância.
Após breve visita a dicionários para conceituar a “lucidez”, esta é explanada e correlacionada com a maçonaria.
Diante das confusões apresentadas com o termo Lúcifer (de mesma raiz etimológica) pretende-se expor e explicar essas confusões, para depois discutir sobre a desinformação e seus perigos num mundo hiperconectado.
Em seguida, é objetivo abordar a temática da lucidez, tratada por diversos autores como uma dor, um desconforto, uma inquietude, passando, por fim, a expor em tópicos resumidos, como o indivíduo pode se tornar lúcido.
Como um presente para aqueles já despertos para a lucidez transcreve na íntegra trecho do livro “O Homem Medíocre” de José Ingenieros.

2. Sensibilização

Quanto mais claro é o conhecimento do homem, quanto mais inteligente ele é, mais sofrimento ele tem; o homem que é dotado de gênio sofre mais do que todos.”5

A ignorância, como se demonstrará, é perigosa. E isto vale para qualquer área do conhecimento humano. Escolhendo-se, não aleatoriamente a medicina, Carl Sagan em “O Mundo Assombrado pelos Demônios” ensina:

As doenças que outrora vitimavam bebês e crianças têm sido progressivamente mitigadas e curadas pela , por meio da descoberta do mundo microbiano, pela compreensão de que os médicos e as parteiras devem lavar as mãos e esterilizar os seus instrumentos, pela nutrição, por medidas sanitárias e de saúde pública, pelos antibióticos, remédios, vacinas, pela descoberta da estrutura molecular do DNA, pela biologia molecular, e agora pela terapia genética. Pelo menos no mundo desenvolvido, os pais têm hoje em dia muito mais chance de ver os filhos atingirem a idade adulta do que tinha a herdeira do trono de uma das nações mais poderosas da Terra no final do século XVII. A varíola foi eliminada em todo o mundo. A área de nosso planeta infestada com os mosquitos transmissores da malária encolheu drasticamente. O número de anos de expectativa de vida de uma criança com diagnóstico de leucemia tem aumentado progressivamente. A ciência permite que a Terra alimente um número de seres humanos cem vezes maior, e sob condições muito menos penosas, do que era possível há alguns milhares de anos.6

Há ainda relatos de cirurgias sem cabimento e sem anestésicos. Os anestésicos usados, por vezes eram tóxicos como o suco de cicuta e só pioravam a situação do doente. Rituais pagãos ou religiosos, sangrias eram usados para buscar cura e ferro quente para tratamento de hemorroidas.
Não exclusivamente na medicina, a ignorância e a superstição escravizaram, mataram e continuam escravizando e matando, ainda hoje, milhões e milhões de pessoas. Desde a ignorância acerca da existência de micróbios até a inquisição. A tristeza é saber que práticas imbecis persistem mesmo diante de descobertas científicas que as desmistificaram. Carl Sagan expõe que:

Na Tailândia, as doenças são tratadas com pílulas feitas com a Escritura sagrada pulverizada. Hoje em dia ainda se queimam bruxas na África do Sul. As forças australianas da paz no Haiti libertam uma mulher amarrada a uma árvore; ela é acusada de voar de telhado em telhado e de sugar o sangue das criancinhas.7

A OMS estima que, em tribos ainda na África, Oriente Médio e Ásia 80 e 114 milhões de mulheres tiveram seus clitóris extirpados em rituais de passagens.8
Há diversas práticas que perderam o sentido diante de descobertas científicas. Sagan reflete acerca dessas práticas supersticiosas da seguinte forma:

Você pode ir ao feiticeiro-curandeiro para que ele desfaça o feitiço que causa a sua anemia perniciosa, ou tomar vitamina B12. Se quiser salvar o seu filho da poliomielite, pode rezar ou vacinar. Se está interessado em saber o sexo da criança antes do nascimento, pode consultar todas as oscilações do chumbo na linha de prumo (esquerda/direita, um menino; para frente/para trás, uma menina. ou talvez seja o contrário), mas elas acertarão, em média, apenas uma em duas vezes. Se quiser uma precisão real (nesse caso, de 99%), tente amniocentese e ultrassom. Tente a ciência.

Vê-se, nestes pequenos exemplos da medicina, a importância de combater a ignorância. Além de ser um dever imposto ao maçom por juramento, há muitas outras razões para que o maçom se interesse de fato por fazê-lo.
A lucidez é exposta, por diversos autores como uma dor, um fardo. Em um monólogo que é trecho do filme argentino “Lugares Comuns”9 de 2002 ela é apresentada da seguinte forma:

A lucidez é um dom e um castigo. Está tudo na palavra: Lúcido vem de Lúcifer, o arcanjo rebelde, o demônio...Mas também se chama Lúcifer a luz do amanhecer, a primeira estrela, a mais brilhante, a última a se apagar... Lúcido vem de Lúcifer e Lúcifer vem de Lux e de Ferous, que quer dizer: aquele que tem luz. Que gera a luz, o que traz luz e permite a visão interior. O bem e mal, tudo junto. O prazer e a dor. A lucidez é dor e o único prazer que podemos conhecer, a única coisa que se parecera remotamente com a alegria, será o prazer de ser consciente da própria lucidez. O silêncio da compreensão, o silêncio do mero estar. E nisso se passam os anos. E nisso se foi a bela alegria animal.”10

Se causar estranheza ou mesmo choque a origem etimológica – Lucidez advém de Lúcifer – será necessário manter a mente um pouco mais aberta: “the mind that opens up to a new idea never returns to its original size.11
A reflexão acerca da relação entre lucidez e o privilégio de ser maçom é evidente quando, ao receber a luz da sabedoria, o neófito tem diante de si o fardo e a responsabilidade de agir de forma mais virtuosa.
A luz revela o próprio maçom como um ser defeituoso e o desperta para o dever de esquadrinhar a pedra bruta. Este esquadrinhar, deve ser traduzido em atos e é uma imposição pelo simples fato de conhecer a virtude e o vício e ter escolhido o caminho luminoso.
Esse trabalho é um apelo para que todos despertem para a dor da lucidez.
A propósito, por curiosidade, novamente Carl Sagan diz que: “Podem assumir qualquer forma, e sabem muitas coisas - “demônio” significa “conhecimento” em grego -, especialmente sobre o mundo material”.12
A dor da lucidez e do conhecimento deve ser devastadora, mas o que é a Lucidez?

3. Conceitos

Sou louco porque vivo em um mundo que não merece minha lucidez”13

Mas, o que é a Lucidez?
Dicionários apresentam ela da seguinte forma:
lucidez: “s.f. Estado da pessoa lúcida, que compreende bem, que expressa suas ideias com clareza, que utiliza perfeitamente suas faculdades mentais: (...) Clareza; grande percepção; capacidade para entender ou se expressar claramente: (...)”.14
lucidez: lu.ci.dez, sf Lucidez, claridade, transparência, consciência, perspicácia.15
Do ponto de vista etimológico, Lucidez ou lúcido, vem de Lux.
La palabra lucidez (claridad y rapidez mental) viene del sufijo – ez (cualidade) sobre la palabra “lúcido” y esta del latín lucidus = “cualidade de claro”. Ver. Lucir, espléndido y además a niñez.16 Este fato será mais explorado à seguir.
Esta clareza, em tese, deve torná-lo capaz de cumprir a árdua tarefa de separar a verdade das mentiras, da especulação e da superstição.

3. Da Lucidez na maçonaria

O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.”17

Anteriormente comentou-se que a luz expõe os defeitos humanos e desperta o dever de esquadrinhar a pedra bruta. Como já se citou, é tarefa árdua separar a verdade da mentira.
A lucidez se encaixa perfeitamente na alegoria maçônica, se considerarmos a sua origem etimológica “Lux” e lembrarmos que o neófito à recebe na sua iniciação.
A partir daí, no entendimento deste autor, diante dos lemas adotados pela maçonaria, bem como pelos inimigos que ela escolhe combater, o maçom passa a ter o dever de buscar o conhecimento e a lucidez.
Parecendo este um fato livre de controvérsias, explorar-se-á, neste capítulo uma confusão com o termo Lucífer, que tem a mesma origem etimológica de Lúcifer. Esta confusão surgiu num trecho de Moral e Dogma, que é literatura famosa da maçonaria, do Ir.'. Albert Pike e que parte intencionalmente, parte por ignorância, transformou-se, por algum tempo em motivo de descrédito para a maçonaria.
Buscaremos, portanto explicar essa curiosa confusão que envolve a citação de Pike.
Na reestruturação do Rito Escocês Antigo e Aceito, Albert Pike faz menção a Lúcifer o trecho que se segue trata de esclarecer confusões acerca do ocorrido.
Conforme o maçom Kennyo Ismail18, é comum atribuir-se a Pike diversas frases que não constam em suas obras. Como exemplo, na obra Occult Theocrasy, de Lady Queenborough (cujo nome verdadeiro é Edith Star Miller), é erroneamente atribuído a Pike o seguinte trecho:

Sim, Lúcifer é Deus, e infelizmente, Adonai também é Deus… a doutrina do satanismo é uma heresia; e a religião pura e verdadeira é a crença em Lúcifer, que é igual a Adonai; mas Lúcifer, Deus da Luz, Deus do Bem, está lutando em favor da humanidade contra Adonai, o Deus das Trevas e do Mal.

Esse é somente um, do vasto rol exemplificativo de atentados desonestos que, sob um escrutínio mais apurado, são classificados como bobagem.
É fato que na obra de Pike, por diversas vezes, há menções quanto a facilidade com que as pessoas culpam o diabo por erros que elas cometem.
Pike apud Ismail19 pontua:

O Apocalipse é, para aqueles que recebem o Grau XIX, a Apoteose daquela Sublime Fé que aspira a Deus somente, e despreza todas as pompas e obras de Lúcifer. Lúcifer, o portador da Luz! Nome estranho e misterioso a dar ao Espírito das Trevas! Lúcifer, Filho da Manhã! É ele quem traz a luz, e com seus esplendores intoleráveis engana almas fracas, sensuais ou egoístas? Não duvide! Tradições estão cheias de Revelações Divinas e Inspirações: e Inspiração não é de uma idade nem de um credo. Platão e Philo, também, foram inspirados.”
É por Sua Palavra pronunciada que Deus se revela a nós, não só na criação visível e invisível, mas intelectual, mas também em nossas convicções, consciência e instintos. Por isso, é que certas crenças são universais. A convicção de todos os homens que Deus é bom levou a uma crença em um diabo, o Lúcifer caído ou portador de Luz, Shaitan, o adversário, Ahriman e Tuphon, como uma tentativa de explicar a existência do Mal, e torná-lo compatível com o Infinito poder, Sabedoria, e benevolência de Deus.”

Kennyo Ismail20 faz a seguinte análise irretocável e que merece ser exposta na íntegra.

Esse trecho é um dos preferidos dos fanáticos de plantão, que aproveitam da forma romanceada e formal com que Albert Pike escrevia e, retirando totalmente o trecho do seu contexto histórico e literário, tratam de realizar interpretação torta e equivocada, explorando ainda o pouco conhecimento que os leigos têm da Bíblia.
Albert Pike, cristão como era, afirma que sim, Lúcifer existe, não sendo apenas uma tradição antiga e religiosa. Para tanto, defende que tradições estão cheias de revelações divinas e inspirações, independente de época e credo, dando como exemplos Platão e Philo.
Não há no texto qualquer exaltação a Lúcifer. Pelo contrário: todos os termos usados são bíblicos. Lúcifer significa “Portador da Luz” (Lucem Ferre), enquanto que a própria Bíblia se refere a Lúcifer como “Estrela da Manhã” e “Filho da Manhã” (Isaías 14:12). Já o termo “esplendor intolerável” é comumente usado para se referir aos arcanjos: Miguel, Gabriel, Rafael e Lúcifer (tradição judaico-cristã), além de Azrael (tradição islâmica).

Faz-se ainda a seguinte análise de outro trecho de Pike21:

Para os Iniciados, ele não é uma Pessoa, mas um Força criada para o bem, mas que pode servir o mal. É o instrumento da Liberdade ou Livre Arbítrio. Estes representam esta Força, que preside sobre a geração física, sob a forma mitológica e cornuda do DEUS PAN. E daí veio o bode do Sabbat, irmão da Antiga Serpente, e o condutor da Luz, ou Substância Fosforescente, do qual os poetas fizeram o falso Lúcifer da lenda. [grifo nosso]

Verifica-se que Pike, conhecia a confusão do termo Lucífer e compartilhava do entendimento do autor de que, a Iniciação dá a Luz (lucidez) na forma de conhecimento, dando a ele a possibilidade de fazer o que bem queira dela. A Luz que tira o neófito da ignorância é esta força a que Pike se refere e que lhe dá o livre arbítrio para praticar o bem ou o mal.
Lógico que, na mesma iniciação, exercitamos o livre arbítrio nos comprometendo, por juramentos, escolhendo o caminho virtuoso da Luz. Aí está o fardo que o maçom escolheu.
No capítulo a seguir, será explorada de forma mais aprofundada as confusões do vocábulo Lúcifer e a metáfora do Anjo Caído, o Senhor das Trevas Bíblico.

4. Confusões com o vocábulo “Lúcifer”


A lucidez perigosa22

Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.

Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.
Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém.

Lúcifer, para diversos teólogos refere-se a estrela da manhã (Vênus), e por equívocos (ou de tradução ou de interpretação) passou a ser tratado como um sinônimo do diabo ou satanás.
A alegoria bíblica do anjo caído23 é uma das possíveis fontes da confusão como se vê em Isaías, 14:12-14

Como caíste desde o céu, ó Lúcifer, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.

Este trecho na verdade não se refere ao anjo caído, mas, a arrogância do rei da Babilônia que visava ser tão poderoso quanto Deus.
No Encyclopedic Theosophical Glossary24

Lucifer (Latin) Light-bringer [cf Greek Phosphoros; or Eosphoros dawn-bringer]; the planet Venus, the morning star. Lucifer is light bringer to earth, not only physically as the brightest of the planets, but in a mystical sense also. In mysticism he is the chief of those minor powers or logoi who are said to rebel against high heaven and to be cast down to the bottomless pit — the so-called war in heaven and the fall of the angels. This allegory is found also in the legend concerning Prometheus, in the Hindu Mahasura who rebels against Brahma and is cast by Siva into patala, and in the Scandinavian Loki. In the cyclic sweep of evolution, spirit has first to descend or become involved in differentiation and in the worlds of matter, so that worlds and beings may be brought forth and evolved. The logoi who thus bring the light may allegorically be said, like Prometheus, to steal the fire, and their assertion of divine free will may be construed into an act of evolutionary rebellion; yet such is their karmic function as well as duty.
Lucifer has been transformed in later Occidental theology into a synonym for the Evil One or the Devil. If the god Jehovah were the highest divinity, which this Jewish tribal deity is not, then any power withstanding him must necessarily be considered to be his adversary; and in the same way the teaching as to the immanent Christ, not only in the world but in each individual person, not being altogether agreeable with the doctrine of salvation by faith in an external savior, became transformed into the Tempter inspiring man to sinful rebellion against God. Lucifer in a very true sense stands for the self-conscious mind in man, which is at once tempter and enlightener — tempter in its lower aspects and enlightener and inspirer in its higher.

O trecho explica que o termo Lúcifer significa o portador da luz, o planeta Vênus, a estrela da manhã.

E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.25























"A queda de Lúcifer", ilustração de Gustave Doré para o livro O Paraíso Perdido de John Milton.

5. Teorias da Conspiração num mundo hiperconectado

Teorias da conspiração se espalham de modo muito fácil. O homem nunca esteve na lua, Illuminatti, Priorado de Sião, Zika vírus é patenteado pela fundação Rockfeller, manga com leite faz mal, são só alguns dos boatos que se tornaram célebres.
Muitos deles são inocentes como passar Vick Vaporub nos pés, porém outros são muito sérios e causam consequências trágicas como aconteceu em 05 de maio de 2014 o linchamento até a morte de Fabiane Maria de Jesus por um boato de que a mulher sequestrava crianças para rituais de magia negra no Guarujá – SP.26
O Fórum de Davos de 2013, pesquisando os riscos globais dessa era, apontou o risco de “cyberincêndio” através da divulgação de mensagens falsas nas redes sociais ou outros meios digitais.

Para os analistas do WEF, um “cyberincêndio” pode ser detonado a partir da divulgação de notícias falsas, seja em redes sociais, sites ou outros meios digitais, que podem atingir governos e sistemas financeiros de todo o mundo. Desde quando H.G.Wells provocou em 1938 um ataque de pânico geral ao transmitir no seu programa de rádio a suposta invasão da Terra por naves alienígenas, até as manifestações e confrontos desencadeados pela publicação de um filme crítico ao Islã no YouTube em 2012, está mais do que comprovado o poder que a informação tem sobre o comportamento das pessoas.27


O Fórum chega a listar informações falsas na internet, como uma das maiores ameaças à civilização moderna, na mesma categoria do terrorismo. Um dos pontos de partida para os boatos são normalmente conjunturas nas quais não há uma solução clara ou uma causa aparente para uma situação. Como, por exemplo, a conexão ainda não explicada pela ciência entre zika vírus e microcefalia. Isso gerou o boato muito compartilhado, pelo qual um lote de vacina (vencida) contra a rubéola poderia estar causando a microcefalia. Neste caso, uma leitura mais crítica notaria que o boato nunca cita número do lote de vacinas, nem dá dados precisos. Ainda, uma pesquisa um pouco mais aprofundada mostraria que grávidas não são vacinadas contra a rubéola.
Tais boatos dão a noção ao seu disseminador de que ele sabe mais que os outros, tornando-o “influente” através da disseminação de mentiras, podendo ensejar a sensação de que ele pode controlar as pessoas. Como diria Bertrand Russell: “o problema do mundo é que tolos e fanáticos estão sempre cheios de convicção, enquanto sábios estão sempre cheios de dúvidas.”
Thabo Mbeki, quando presidente da África do Sul, acreditou no boatos de que a AIDS não era causada pelo vírus HIV. A consequência foi trágica, causando a morte de 330.000 pessoas por HIV28.
Infelizmente, para piorar o cenário, conforme demonstrado por pesquisa de um grupo italiano, verificou-se que as postagens sobre teorias da conspiração são mais lidas e recomendadas do que postagens de ciência. Por isso, diante da constatação desta pesquisa, há mais canais de Youtube, Facebook ou Twiter interessados em publicar ou replicar publicações deste tipo. Elas rendem mais cliques e consequentemente mais dinheiro.
Em regra, pode-se verificar que indivíduos que compartilham textos errados não consomem nem acreditam na informação de outras fontes. É muito mais fácil acreditar em teorias da conspiração e mitos que apontam culpados do que pesquisar ou ouvir uma verdade mais tediosa ou explicações mais complexas da ciência.

6. A Dor da Lucidez.

Lúcido deve ser parente de lúcifer
a faculdade de ver deve ser coisa do demônio
lucidez custa os olhos da cara”29

Durante as pesquisas, o autor se deparou com diversas citações que levavam a entender que o conhecimento, a lucidez, a sabedoria são um fardo doloroso. Continuando as pesquisas, foram encontradas também críticas severas a ignorância e exaltando a sabedoria. “Não há nada mais terrível que a Ignorância”(Goethe,1749-1832); -“Se me perguntar o que é a morte! Respondo-te: a verdadeira morte é a Ignorância. Quantos mortos entre os vivos!” (Pitágoras, 582-497, AC); -“A diferença entre um homem sábio e um homem ignorante é a mesma entre um homem vivo e um cadáver.” (Aristóteles, 384-322, AC); -“Dar conselhos a um homem culto é supérfluo; aconselhar um ignorante é inútil.” (Sêneca, 65-2, DC); -“A sabedoria e a razão, falam; a ignorância ladra.” (Arturo Graf, 1848-1913); -“Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância.”(Luther King,1968); -“O tolo, quando erra, queixa-se dos outros; o sábio queixa-se de si mesmo.” (Sócrates, 469-399, AC).
Se a ignorância é tão criticada e a lucidez é um fardo, qual o melhor caminho? Ora, senhores, o autor resolve então questionar-se, por que a Lucidez seria um fardo?
O conhecimento, a lucidez, são um fardo quando a pessoa ganha a responsabilidade de fazer o correto. Se a pessoa é ignorante em primeiros socorros e se depara com um acidente, pode até ter a boa vontade de ajudar um acidentado, porém poderá até prejudicá-lo. Por outro lado, se a pessoa é um médico ou um socorrista treinado, não conseguirá ficar tranquilo se não interceder e somente ficar olhando um leigo no assunto causando mais mal do que bem.
Por outro lado, por vezes, o conhecimento adquirido só nos dá consciência da ignorância que nos cerca, sem nos dar poder, para sozinhas, corrigi-la. Parece que aí está a dor da lucidez. Lucidez é dor por que se toma consciência do quanto a ignorância faz mal e o quanto ela está presente. Neste mundo ignorante, ter lucidez é uma dor, exercê-la é ter culhões.

7. Pseudociências

Em 2003 o filme 21 Gramas popularizou a ideia de que a alma teria peso. Esta evidência teria sido apresentada em uma experiência realizada pelo médico Duncan MacDougall (1866-1920), em Massachusetts, EUA em 1907.30 O estudo fora publicado no New York Times no dia 16 de outubro de 1920 com o título “Ele pesou a alma humana”.

Mas o peso registrado nos outros pacientes foi diferente. O segundo teria perdido 46 gramas. O terceiro, 14 gramas e, alguns minutos depois, mais 28. Com outro, o ponteiro da balança desceu e depois subiu de novo. Segundo o médico, a diferença tinha a ver com o temperamento de cada um. “Um dos homens era apático, lento no pensamento e na ação. Nesse caso, acredito que a alma ficou suspensa no corpo, depois da morte, até se dar conta de que estava livre.” 31

Além disso, o mesmo médico teria então sacrificado quinze cães e verificado que os seus pesos não se alteravam concluindo assim que os animais não possuíam alma. Lógico, não?
Não! Ele deixara de considerar que os cães se refrigeram pela respiração ofegante, pois não suam como os humanos. O que poderia explicar o fato de eles não terem alteração de peso, diferente do que ocorrera com os humanos.
Mas, este é um caso típico em que aquilo que nos conforta acaba sobrepondo uma verdade. Esse fenômeno é explicado pelo fato do ser humano gostar muito de fazer perguntas, mas não de não saber as respostas. Por isto historicamente a humanidade criou mitos para unificar povos ou para explicar fenômenos meteorológicos e astronômicos.
Outra explicação para a disseminação de boatos de forma irresponsável é a questão da polarização. Isto é, quanto mais uma explicação for alinhada com o que o receptor da informação acredita, mais fácil é acreditar nela, mesmo que sejam completas mentiras. 32
André Souza, do canal Youtube 'Cognando', ainda comenta sobre a chamada “fluência de processamento”, que se refere a como as pessoas simpatizam com explicações mais simples do que as verdades mais complexas. Um dos caminhos para isso é a confiança.

Com o sentimento de confiança acontece a mesma coisa. Quando temos a sensação de “facilidade” para processar certas informações, tendemos a confiar mais nessas informações, mesmo que elas não sejam corretas, ou não faça nenhum sentido racional acreditar nelas.
Um estudo muito bacana realizado na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos mostra isso muito bem. Shiri Lev-Ari e Boaz Keysar pediram aos participantes da pesquisa que escutassem umas frases que alguém os diria. Após escutarem as frases, eles teriam que marcar em uma escala de 1 a 7 se eles acreditavam ou não nas frases (1 – não acredito e 7 – acredito). As frases eram informações de conhecimento geral (por exemplo: uma girafa consegue ficar mais tempo sem água do que um camelo). As pessoas que falavam as frases ou eram falantes nativos da língua inglesa ou eram falantes não-nativos (falantes com sotaque estrangeiro).
O resultado foi o seguinte: os participantes acreditram mais nos falantes nativos do que nos falantes estrangeiros. Em outras palavras: o sotaque dos estrangeiros foi confundido com falta de confiança. No entanto, alguém pode pensar assim: ora, vai ver que eles acreditaram nos nativos não por causa da falta de sotaque, mas simplesmente por que norte-americano, em geral, só confia em norte-americano. Essa poderia ser uma explicação plausível. Porém, no experimento, os pesquisadores avisaram os participantes que as pessoas que falariam as frases estavam apenas repassando uma informação fornecida por um falante nativo (um norte-americano). Mas mesmo assim, os participantes confiaram mais nos falantes sem sotaque.
Bom, mas o resultado mais interessante foi outro. No segundo experimento, os pesquisadores avisaram aos participantes sobre o fato de que “o sotaque de alguém pode influenciar o nível de confiança deles na pessoa”. Em outras palavras, os participantes tinham agora consciência desse problema e “poderiam” então corrigir e procurar não “deixar de confiar” na pessoa só por causa do sotaque. No entanto, isso não aconteceu. Mesmo sabendo que o sotaque não tem nada a ver com a veracidade da informação, os participantes confiaram mais nos falantes nativos do que nos falantes com sotaque.33

Outra explicação foi elaborada em 1948 por Bertram R. Forer e ficou conhecida como efeito Forer ou efeito Barnum.34

Forer deu a cada um de seus alunos um teste de personalidade. Depois, ele disse que cada aluno receberia uma análise única e individual baseada nos resultados dos testes, e que eles deveriam avaliar a precisão da análise em uma escala de 0 (muito ruim) a 5 (muito boa). Na verdade, todos os alunos receberam o mesmo texto:

Você tem uma necessidade de ser querido e admirado por outros, e mesmo assim você faz críticas a si mesmo. Você possui certas fraquezas de personalidade mas, no geral, consegue compensá-las. Você tem uma capacidade não utilizada que ainda não a tomou em seu favor. Disciplinado e com auto-controle, você tende a se preocupar e ser inseguro por dentro. Às vezes tem dúvidas se tomou a decisão certa ou se fez a coisa certa. Você prefere certas mudanças e variedade, e fica insatisfeito com restrições e limitações. Você tem orgulho por ser um pensador independente, e não aceita as opiniões dos outros sem uma comprovação satisfatória. Mas você descobriu que é melhor não ser tão franco ao falar de si para os outros. Você é extrovertido e sociável, mas há momentos em que você é introvertido e reservado. Por fim, algumas de suas aspirações tendem a fugir da realidade.

Em média as avaliações receberam nota 4,26, mas somente depois de receber essas notas Forer revelou que cada aluno tinha recebido o mesmo texto, montado com frases de diversos horóscopos. Como pode ser observado no texto, algumas frases se aplicam igualmente a qualquer pessoa.



Estas explicações obrigam a todos que fiquem alertas. O verdadeiro e sedutor demônio da ignorância habita em no âmago de cada um. A realidade, por vezes é dura e não vai de acordo com aquilo que se gostaria de ouvir. Em contrapartida, com a guarda baixa por um motivo ou outro, é fácil que se acredite em mentiras agradáveis ou que se alinham com aquilo que o indivíduo acredita.
Se aquilo que você espera que fosse verdade for refutado por fatos, seja humilde, mude de ideia, não há mal nenhum nisso.

Em ciência, frequentemente acontece que os cientistas digam, “Sabe, esse é um argumento bom mesmo; minha posição está errada”, e então mudam mesmo de ideia e você nunca mais ouve aquela visão antiga. Isso acontece mesmo. Não tão frequentemente como deveria, porque os cientistas são humanos e a mudança às vezes é dolorosa.”35

Por mais dolorosa que a verdade possa ser ela acabará prevalecendo.
No decorrer do texto foram levantadas diversos argumentos pró-Lucidez e conta a ignorância. Como, porém, aplicá-las na prática? O tópico seguinte se dedicará a responder essa questão.

8. Exercendo a Lucidez

A lista que se segue são algumas sugestões bem resumidas pelo autor que ajudarão o leitor na busca pela lucidez e um pensamento mais racional.

  • Inspire e inspire as crianças a estudarem. No documentário apresentado por Carl Sagan, na década de 1980. A ciência foi apresentada de forma acessível e inspiradora, transformando teorias complexas em contos tão simples que uma criança seria capaz de entender. A série foi responsável por inspirar muitas crianças a se interessarem pela ciência. Inspirar as gerações vindouras garantirá um futuro melhor para a humanidade.
  • Estude também. O melhor incentivo é o exemplo. Estude! Desde o surgimento da Internet, vivemos num período em que não precisamos parar de estudar logo depois de sair da escola. Você verá que, se num primeiro momento ler ou estudar parece um sacrifício, o mundo que se descortina é muito mais interessante e essa recompensa transformará a leitura e estudo em algo prazeroso.
  • Leia a informação completa. É comum as pessoas não lerem toda a informação e em seguida perguntar coisas que já saberiam se o tivessem feito.
  • Na sua lista de livros por ler, inclua livros que não sejam ficção. Mais especificamente livros que tratem de assuntos científicos, mesmo que traduzido em termos leigos.
  • Absorva conhecimento de outras fontes. As fontes de informações hoje são múltiplas. Procure nas mídias sociais e encontrará gente séria discutindo temas sérios.
  • Investigue antes de compartilhar. Não seja um disseminador de desinformação. Duvide, conteste, pesquise, procure a fonte. Quando a notícia te alegrar demais, desconfie mais ainda, você pode estar sendo movido pelas suas convicções. Busque sempre os fatos.
    Descobrir a gota ocasional de verdade no meio de um grande oceano de confusão e mistificação requer vigilância, dedicação e coragem. Mas, se o praticarmos esses hábitos rigorosos de pensar, não podemos ter a esperança de solucionar os problemas verdadeiramente sérios com que nos defrontamos - e nos arriscamos a nos tornar uma não de patetas, um mundo de patetas, prontos para sermos passados para trás pelo primeiro charlao que cruzar o nosso caminho.36
  • Se interesse por múltiplos assuntos em diversas áreas. Se alguém está falando sobre um assunto e você não sabe muito sobre aquilo, vá pesquisar. Se interesse por filosofia, biologia, matemática, física. Você se tornará uma pessoa mais interessante.
  • Aprenda a usar palavras-chave. Elas se converterão na pergunta certa que você deve fazer no Google37 (por exemplo) lhe dando uma resposta confiável.
  • Não há mal nenhum em mudar de opinião. Argumento comum na ciência. Só ocorre com frequência no cotidiano de quem é humilde.
  • Você pode tudo. Tenha culhões. Aceite desafios. Você pode aprender qualquer coisa. Seu cérebro está preparado para isso.


9. Aos apaixonados que já despertaram para a Lucidez.


A ignorância é a noite (escuridão) da Mente!”38
Para aqueles que sentem o desconforto da dúvida e se alegram frente a grandes obras, destaca-se trecho de “O Homem Medíocre” de José Ingenieros, que mexeu com o brito deste autor e que despertou para uma inquietude que o move para o labor diário do estudo e o prazer do conhecimento.

1. A emoção do ideal
Quando colocamos a proa visionária na direção de uma estrela qualquer e nos voltamos às magnitudes inalcançáveis, no afã de perfeição e rebeldes à mediocridade, levamos dentro de nós, nesta viagem, a força misteriosa de um ideal. É um fogo sagrado, capaz de nos levar às grandes ações. É necessário, todavia, que o tenhamos sempre sob nossa custódia. Pois, se o deixarmos apagar, não se acende jamais. Se tal força morrer dentro de nós, ficaremos simplesmente inertes; não passamos, neste caso, da mais gelada bazófia humana. Na verdade, apenas vivemos por causa desta partícula de sonho que colocamos sobre o real. Ela é, com propriedade, a flor-de-lis de nosso brasão, o penacho de nosso temperamento. Inumeráveis signos a revelam: aperta-nos a garganta quando nos recordamos da cicuta imposta a Sócrates, da cruz erguida por Cristo e da fogueira acesa a Giordano Bruno; abstraímo-nos no infinito quando lemos um diálogo de Platão, um ensaio de Montaigne ou um discurso de Helvécio; quando nosso coração estremece pensando na desigual fortuna destas paixões, nas quais fomos, alternadamente, o Romeu de tal Julieta e o Werther de tal Carlota; quando nossos sentidos gelam de emoção ao declamarmos uma estrofe de Musset, que surpreendentemente rima de acordo com nosso sentir; quando, finalmente, admiramos a mente preclara dos gênios, a sublime virtude dos santos, a magna façanha dos heróis, inclinamo-nos com igual veneração diante dos criadores da Verdade ou da Beleza.
Nem todos, é preciso que se diga, extasiam-se diante de um crepúsculo, sonham frente à aurora ou se arrepiam na eminência de uma tempestade. Nem tampouco gostam de passear com Dante, rir com Moliére, tremer com Shakespeare ou assombrar com Wagner; nem mesmo emudecem diante de David, da Ceia ou do Partenón. É para poucos essa inquietude de perseguir avidamente alguma quimera, venerando filósofos, artistas e pensadores que fundiram em sínteses supremas suas visões do ser e da eternidade, voando para o além do real. Os seres desta estirpe, cuja imaginação é povoada de ideais e cujo sentimento polariza em direção a eles toda a personalidade, formam uma raça distinta dentro da humanidade: são idealistas.
Definindo nossa própria emoção, poderíamos dizer, com aqueles que se sentem poetas: o ideal é um gesto do espírito em direção a alguma perfeição.”39

Referências

BESSI, Alessandro; COLETTO, Mauro; DAVIDESCU, George Alexandru; SCALA, Antonio; CALDARELLI, Guidu; QUATTROCIOCCHI, Walter. Science vs Conspiracy: Collective Narratives in the Age of Misinformation. PLOS ONE, 23 fev 2015. Disponível em: http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371%2Fjournal.pone.0118093 Acesso em: 26 fev. 2016.

BT Let's Talk. Davos 2013 – um mundo hiperconectado e os seus riscos de cyberincêndio. Disponível em: https://letstalk.globalservices.bt.com/pt/2013/01/davos-2013-um-mundo-hiperconectado-e-os-seus-riscos-de-cyberincendio/. Acesso em: 26 mai 2016.

ISMAIL, Kennyo. Desvendando a Obra: “Moral e Dogma” de Albert Pike Esquadrando: “Moral e Dogma” de Albert Pike. 20 abr 2012. Disponível em: http://www.noesquadro.com.br/2012/04/esquadrando-moral-e-dogma-de-albert-pike.html Acesso em: 09 nov 2015.

PIGLIUCCI, Massimo. Será que a alma pesa 21 gramas? Universo Racionalista. 19 out 2014. Disponível em: http://www.universoracionalista.org/sera-que-a-alma-pesa-21-gramas/ Acesso em: 14 jun 2016.

PIKE, Albert. Moral e Dogma do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria. Trad. Ladislau Fuchs. São Paulo, Livraria Maçônica Fuchs, 2002.

PURUCKER, Gottfried, ed. (1999). Encyclopedic Theosophical Glossary. Theosophical University Press. ISBN 978-1-55700-141-2.

SAGAN, Carl – O Mundo Assombrado Pelos Demônios: Disponível em: http://www.reaabanne2013.com.br/anaisadmin/uploads/trabalhos/trabalho_000720_1372816005.pdf p. 43

SAGAN, Carl. The Burden of Skepticism. Te Hundreth Mokey: And Other Paradigms of the Paranormal, p. 1, 1987

SOUZA, André L. De onde vem a falta de confiança. 4 fev 2011. Disponível em: http://scienceblogs.com.br/cognando/2011/02/de-onde-vem-a-falta-de-confianca/. Acesso em: 26 fev 2016.

Redação Super Interessante. O Peso da Alma. Revista Super Interessante, Ed. 198, Mar. 2004. Disponível em: http://super.abril.com.br/ciencia/o-peso-da-alma Acesso em 14 jun 2016.

The Guardian: Mbeki Aids policy 'led to 330,000 deaths'. 27 nov 2008. Disponível em: http://www.theguardian.com/world/2008/nov/27/south-africa-aids-mbeki, Acesso em: 26 fev. 2016.

Lista de links pesquisados:



Lista de vídeos recomendados

MINUTOS PSÍQUICOS – A sua memória é boa? Vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OkUGmvQ_Snc Acesso em: 20 mai 2016.

NERDOLOGIA – Como Funciona a Homeopatia? Vídeo disponível em:

NERDOLOGIA – Fosfoetanolamina. Vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RM77fAQpeTQ Acesso em: 12 mar 2016.

NERDOLOGIA – O computador ou o cérebro, quem é o mais potente? Vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=F6XGm0W0xQc Acesso em 12 jun 2016.

NERDOLOGIA – Por que o Mertiolate não arde mais? Vídeo disponível em:

NERDOLOGIA - Teoria da Conspiração. Vídeo disponível em: https://youtu.be/meLRzQr8e6s. Acesso em: 26 fev 2016.

Motivação (Inspiração) - Clovis de Barros Filho. Vídeo disponível em: https://youtu.be/q4E8g9L2PK4 Acesso em: 02 mai 2016.
1Trabalho elaborado para o Tempo de Estudos do grau de Aprendiz.
2Mestre Maçom.
3José Saramago.
4http://www.gob.org.br/index.php?c=4626
5 Arthur Schopenhauer.
6SAGAN, Carl – O Mundo Assombrado Pelos Demônios: Disponível em: http://www.reaabanne2013.com.br/anaisadmin/uploads/trabalhos/trabalho_000720_1372816005.pdf p. 43
7SAGAN, Carl – O Mundo Assombrado Pelos Demônios: Disponível em: http://www.reaabanne2013.com.br/anaisadmin/uploads/trabalhos/trabalho_000720_1372816005.pdf p. 23
8http://super.abril.com.br/ciencia/a-retirada-do-clitoris-e-comum-na-africa
9Coincidentemente ou não, no início da cena selecionada, há um portão aberto pelo homem. No portão, está uma tábua com as cores da bandeira francesa e o número 1789. 1789 é o ano da Revolução Francesa que tem como lema “Liberdade, Igualdade, Fraternidade). Lema que foi, mais tarde, adotado pela maçonaria.
10Monólogo subtraído do filme Lugares Comuns (2002) Fonte: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:pohSNZruXucJ:fronteiraaberta.blogspot.com/2011/05/dor-da-lucidez_16.html+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
11Em tradução livre:“A mente que se expande para uma nova ideia nunca mais retorna ao seu tamanho original”. Albert Einstein
12SAGAN, Carl – O Mundo Assombrado Pelos Demônios: Disponível em: http://www.reaabanne2013.com.br/anaisadmin/uploads/trabalhos/trabalho_000720_1372816005.pdf p. 106
13Frase atribuída a Bob Marley
14http://www.dicio.com.br/lucidez/
15http://michaelis.uol.com.br/escolar/espanhol/definicao/espanhol-portugues/lucidez_23199.html
16http://etimologias.dechile.net/?lucidez
17Albert Einstein
18ISMAIL, Kennyo. Desvendando a Obra: “Moral e Dogma” de Albert Pike Esquadrando: “Moral e Dogma” de Albert Pike. 20 abr 2012. Disponível em: http://www.noesquadro.com.br/2012/04/esquadrando-moral-e-dogma-de-albert-pike.html Acesso em: 09 nov 2015.
19ISMAIL, Op. Cit.
20ISMAIL, Op. Cit.
21PIKE, Albert. Moral e Dogma do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria. Trad. Ladislau Fuchs. São Paulo, Livraria Maçônica Fuchs, 2002.
22Poema de Clarice Lispector
23 Na teologia cristã, o anjo caído é um anjo que ambicionava maior poder e por isso entregou-se às trevas e ao pecado.
24 PURUCKER, Gottfried, ed. (1999). Encyclopedic Theosophical Glossary. Theosophical University Press. ISBN 978-1-55700-141-2.
25 Friedrich Nietzsche
26http://noticias.r7.com/sao-paulo/mulher-foi-espancada-ate-a-morte-no-guaruja-por-causa-de-boato-na-internet-07052014
27BT Let's Talk. Davos 2013 – um mundo hiperconectado e os seus riscos de cyberincêndio. Disponível em: https://letstalk.globalservices.bt.com/pt/2013/01/davos-2013-um-mundo-hiperconectado-e-os-seus-riscos-de-cyberincendio/. Acesso em: 26 mai 2016.
28The Guardian: Mbeki Aids policy 'led to 330,000 deaths'. 27 nov 2008. Disponível em: http://www.theguardian.com/world/2008/nov/27/south-africa-aids-mbeki, Acesso em: 26 fev. 2016.
29Poema de Viviane Mosé
30PIGLIUCCI, Massimo. Será que a alma pesa 21 gramas? Universo Racionalista. 19 out 2014. Disponível em: http://www.universoracionalista.org/sera-que-a-alma-pesa-21-gramas/ Acesso em: 14 jun 2016.
31Redação Super Interessante. O Peso da Alma. Revista Super Interessante, Ed. 198, Mar. 2004. Disponível em: http://super.abril.com.br/ciencia/o-peso-da-alma Acesso em 14 jun 2016.

32Faz-se míster a leitura acerca do Efeito Forer ou Efeito Barnum.
33SOUZA, André L. De onde vem a falta de confiança. 4 fev 2011. Disponível em: http://scienceblogs.com.br/cognando/2011/02/de-onde-vem-a-falta-de-confianca/. Acesso em: 26 fev 2016.
34https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_Forer
35SAGAN, Carl. The Burden of Skepticism. Te Hundreth Mokey: And Other Paradigms of the Paranormal, p. 1, 1987. (tradução nossa).
36SAGAN, Carl – O Mundo Assombrado Pelos Demônios: Disponível em: http://www.reaabanne2013.com.br/anaisadmin/uploads/trabalhos/trabalho_000720_1372816005.pdf p. 43
37Através de algoritmos como o PageRank, que mede a importância de uma página contabilizando a quantidade e qualidade de links apontando para ela, o Google refina a busca que você está fazendo.
38Confúcio, 551 – 478, AC

39Início do livro “Homem Medíocre” de José Ingenieros.   

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